Cientistas descobrem nome 'quase invisível' escrito em pergaminho medieval

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford, localizada na Inglaterra, descobriu o nome de uma mulher escrito diversas vezes nas bordas de um texto de teor religioso da Idade Média. 

O registro presente no documento medieval foi feito com um estilete de ponta seca, ou seja, que não havia sido mergulhado em tinta. Isso o tornava "praticamente invisível", de forma que apenas foi descoberto graças ao uso de uma tecnologia de última geração. 

A ferramenta empregada pelos cientistas faz um mapeamento 3D das superfícies, sendo capaz de identificar, por exemplo, marcas tão rasas que teriam apenas 1/5 da grossura de um fio de cabelo humano. 

Através deste método, a pesquisa descobriu o nome feminino britânico "Eadburg" rabiscado em cinco lugares de um manuscrito do século 8, que consistia em uma cópia dos "Atos dos Apóstolos". Em outros dez, havia ainda uma versão abreviada da palavra. 

Adicionalmente, foram encontrados ainda alguns desenhos rudimentares de figuras. Veja um exemplo abaixo:

Relevância científica

Existe apenas um número limitado de manuscritos medievais sobreviventes que contêm evidências internas claras de que uma mulher os criou, possuiu ou usou”, afirmou Jessica Hodgkinson, especialista envolvida no estudo, segundo repercutido pelo The Guardian.

No caso de Eadburg, pode-se presumir que ela era uma integrante da alta sociedade, devido à raridade com o qual mulheres daquele período eram letradas. Hodgkinson especulou ainda a respeito do motivo para a escrita: 

“É um texto extremamente significativo e muito poderoso — a palavra de Deus, transmitida por meio dos apóstolos. E acho que isso pode ser pelo menos parte do motivo pelo qual alguém escolheu escrever o nome de Eadburg nele, para que ela estivesse perto disso", apontou ela. 

Outro ponto de especulação é a razão para o rabisco ser tão sutil. Também segundo a pesquisadora, a dona do manuscrito medieval pode ter usado um estilete de ponta seca por só não ter acesso à tinta, ou então por respeito ao teor sagrado do texto. 

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