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Coletivo simula como estariam vítimas do incêndio na Boate Kiss, 10 anos depois
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Coletivo simula como estariam vítimas do incêndio na Boate Kiss, 10 anos depois

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Aventuras Na História
10/01/2023 18h36
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©Leandro LV, via Wikimedia Commons
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Era 27 de janeiro de 2013 quando um incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria, deixou 242 mortos e mais de 600 pessoas feridas. De cara, já era um dos episódios mais tristes que os brasileiros presenciaram em sua história. 

"Eu só vi quando cruzou uma multidão na minha frente da pista lá debaixo e aí eu me atinei em correr, porque eu achei que fosse briga. Quando eu corri, eu caí na frente do bar de madeira, o principal, e eu voltei porque eu queria buscar minhas amigas. Um homem todo de branco, acho que foi Deus na hora, meu anjo da guarda, parou do meu lado direito e disse: 'Tu não vai', e me puxou em direção à porta", disse a sobrevivente Kellen Giovana Leite Ferreira em depoimento de 2021. 

A história de Kellen e outras vítimas da tragédia que chocou o mundo, não podem ser esquecidas. Tendo esse objetivo em mente, o coletivo Kiss - Que Não se Repita realiza um importante trabalho ao dar voz aos sobreviventes e familiares das vítimas. 

'Tempo Perdido'

No ano em que se relembram os 10 anos da tragédia, o coletivo lançou o projeto 'Tempo Perdido', que mostra como estariam oito vítimas do incêndio atualmente, mas que, infelizmente, tiveram suas vidas interrompidas naquela noite. 

Conforme repercutido pelo Gaucha ZH, o trabalho é feito com recursos de inteligência artificial. Até o momento, o perfil divulgou o resultado de dois trabalhos. Nas redes sociais, Hidreley Dião, artista envolvido no projeto, se disse 'feliz e honrado'. A primeira homenagem apresenta a história de Letícia Vasconcellos, que tinha 36 anos e trabalhava na boate.

"Leticia tinha 36 anos, era funcionária da boate e, naquela noite, concluía o último dia de trabalho na Kiss. Apesar de estar muito próxima da porta de saída, voltou e conseguiu ajudar na retirada de muitas pessoas do local. Nesse ato de heroísmo, morreu ao inalar a fumaça tóxica resultante da queima da espuma inapropriada que continha na casa", diz a legenda da publicação do coletivo no Instagram. "'Essa foi quem me salvou", em depoimento chorou Cristiane Clavé, vítima sobrevivente do incêndio, ao ver uma foto de Letícia (com os filhos), mostrada pela promotora Lúcia Helena no julgamento (anulado) dos réus, em Dezembro de 2021. Deixou sua mãe Erci, seu pai Renato (in memorian - 2018), sua irmã Vanessa e dois filhos: o Vinícius, com 13 anos na época, e a Júlia, de seis anos. Leticia segue vivendo em nossos corações! Por memória. Por justiça. Para que não se repita". 

O segundo trabalho, apresenta a história de Lucas Dias de Oliveira, que tinha 20 anos e celebrava o aniversário da namorada naquela noite trágica.

"Lucas tinha 20 anos, era tradicionalista gaúcho. É seu o chapéu preto que comoveu o Brasil ao cobrir seu caixão, estampa de vários jornais e revistas - tanto solo, quanto vestido na cabeça de sua namorada, Yasmin. Eles haviam combinado de comemorar o aniversário dela na festa marcada para a noite do dia 26, na Boate Kiss. “- Amor, nunca me deixa, tá?” - disse Lucas. Foram as últimas palavras que trocaram, quando ele afastou-se em direção ao banheiro da Kiss", destaca a legenda da publicação. "Depois de virar as costas, o fogo eclodiu, a fumaça preta se espalhou. Yasmin foi salva, puxada para a rua. Tentou voltar em busca do namorado, mas foi impedida. Além de Yasmin, o filho único Lucas deixou sua mãe Marise e seu pai Natalício. Foi sepultado com a pilcha que sintetizava seus valores e seu modo de vida. Seu chapéu permaneceu, representando sua ausência e sua presença. Sua história é contada no livro “Todo Dia a Mesma Noite” de Daniela Arbex, adaptada série na Netflix. Lucas segue vivendo em nossos corações! Por memória. Por justiça. Para que não se repita". 

No ano que relembra a tragédia da boate Kiss, a plataforma de streaming anunciou a série ficcional 'Todo Dia a Mesma Noite', baseada na ilustre obra da jornalista Daniela Arbex, que conta com relatos reais das pessoas que sobreviveram a tragédia. A produção estará disponível no catálogo no próximo dia 25. 

Já o projeto contou com a aprovação dos familiares. André Polga, fundador do Coletivo, disse em entrevista à Gaucha ZH que "todas as famílias escolhidas abraçaram a ideia da forma mais amorosa possível, contando que imaginam todos os dias como seus entes estariam se ainda fossem vivos". 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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