Com condenação anulada pelo caso Evandro, Beatriz Abagge desabafa: 'Tem que haver responsabilidade do Estado'
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Uma das condenadas do Caso Evandro, cujo processo foi anulado pela Justiça do Paraná, Beatriz Abagge, comentou que a tortura que foi vítima para assumir a culpa pelo crime deve ser investigada.
Nesta segunda-feira, 13, Beatriz deu uma declaração no programa 'Encontro com Patrícia Poeta', da TV Globo, em que comentou sobre o caso. Na ocasião, ela disse:
Eu penso que serviu de aprendizado para a gente começar uma luta. E até para ter um Estado melhor. Quando a pessoa fala que foi torturada, tem que haver investigação. Tem que haver responsabilidade do Estado. E acho que começa uma nova luta, para responsabilizar as pessoas que nos torturaram."
Segundo repercutiu o portal de notícias do G1, Beatriz ficou por cinco anos presa com sua mãe, Celina Abagge. Na época, elas ficaram conhecidas como as "Bruxas de Guaratuba".
Com outros três condenados, Beatriz teve o processo anulado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) na última quinta-feira, 9. Isso porque, para grande parte do colegiado, por conta de novas provas descobertas pelo jornalista Ivan Mizanzuk, que incluía áudios de fitas, foi constatado que os réus confessaram os supostos crimes sob tortura.
O caso
O menino de seis anos, Evandro, sumiu no trajeto entre sua casa e a escola, em 1992. Quando foi encontrado, ele estava morto, e o corpo possuía sinais de violência extrema. Após os supostos envolvidos na morte da criança serem inocentados, fica a incógnita de quem matou o menino.
Torturas
No programa, Beatriz relembrou sobre as torturas que ela e outros ex-condenados sofreram para que assumissem a culpa do crime. Ela chegou a ser vítima de afogamento, violência sexual e choque elétrico.
Desde o primeiro momento falamos que fomos torturados, ninguém acreditava na gente [...] Cada vez que a gente falava em tortura, contava, as pessoas riam da gente", comentou Beatriz.