Como Nossa Senhora de Aparecida tornou-se padroeira do Brasil?
Aventuras Na História
No Dia das Crianças, o 12 de outubro no Brasil homenageia a Nossa Senhora Aparecida, também conhecida como Nossa Senhora da Conceição, considerada a padroeira brasileira. A data, firmada pelo presidente João Figueiredo em 30 de junho de 1980, tornou-se um feriado nacional.
A escolha aproveitou a visita do papa João Paulo II no país, sendo o primeiro representante máximo da Igreja Católica a perambular por terras tupiniquins. Contudo, a data está associada ao encontro de sua imagem por pescadores na segunda quinzena de outubro de 1717, se tornando um símbolo.
O achado ocorreu no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, e a peça de 36 cm e 2,5 kg, confeccionada com terracota, apareceu em meio as águas, dando origem também ao seu nome.
Acompanhada de história de milagres, que rapidamente se popularizaram pelo estado e se espalharam pelo território nacional, a imagem não se assemelha com nenhuma outra encontrada no mundo, sendo considerada um símbolo nacional.
Com sua popularidade, a capela construída em 1745 tornou-se uma cidade com grandes edificações, ao longo dos séculos, que homenageiam a santa. Mas o aumento de sua popularidade se deu de maneira gradativa após ganhar adeptos na família imperial brasileira, ao ser visitada pelo imperador Dom Pedro I durante sua viagem que resultou na Independência do país.
Símbolo real
Na ocasião onde se encontrou com a santa, o imperador prometeu que a tornaria a padroeira do Brasil caso se tornasse o governante. Apesar das palavras de garantia, ele não cumpriu o prometido, definindo São Pedro de Alcântara como padroeiro. Quem pôde fazer jus as palavras foi a princesa Isabel, anos depois.
Em 1868, a filha de Dom Pedro II foi até a igreja em Aparecida para pedir a proteção durante uma de suas gestações, conhecendo o histórico familiar de tragédias relacionadas a gravidez. Em 1874, ela também foi uma das vítimas, parindo um natimorto, mas a partir do ano seguinte, conseguiu concluir, de maneira saudável, três gestações.
Como retribuição, ela doou uma coroa de ouro com diamantes e rubis, junto do famoso manto azul. Sua popularidade disparou desde então, pressionando arquidioceses do Rio de Janeiro e São Paulo para formalizar seu reconhecimento como padroeira, como informou o portal da TV Cultura.
O ato veio a ocorrer somente no século 20, ao se tornar padroeira do Brasil por decreto assinado pelo papa Pio XI em 16 de julho de 1930, sendo validado em missa de oficialização realizada em 31 de maio do ano seguinte.