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Como uma reprise de ‘Mythbusters’ ajudou a inocentar homem preso injustamente
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Como uma reprise de ‘Mythbusters’ ajudou a inocentar homem preso injustamente

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Aventuras Na História
10/11/2022 20h19
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15290019/original/open-uri20221110-18-4kifcr?1668113790
©Divulgação / Discovery
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Em setembro de 1986, a história de John Galvan teve início. Nessa época, um incêndio aconteceu em um prédio de apartamentos na zona sul de Chicago. O fogo matou os irmãos Julio e Guadalupe Martinez, ainda que Blanca e Jorge, seus outros irmãos, tenham conseguido escapar.

Segundo a UNILAD, os irmãos sobreviventes indicaram uma vizinha, que já havia ameaçado incendiar o prédio pela vingança de seu irmão, mas tal mulher alegou que Galvan foi o responsável pelo início do incêndio. Ainda que o rapaz afirmasse que estava dormindo na casa de sua avó no momento da tragédia, outros vizinhos também indicaram sua culpa.

Por conta disso, a polícia acabou prendendo ele, seu irmão, o vizinho Arthur Almendarez e o irmão de Almendarez. O Innocence Project afirma que a polícia de Chicago usou intimidação e violência para coagir John a confessar.

Galvan sendo preso - Créditos: The Innocence Project

O projeto alega que um detetive bateu no jovem Galvan, que tinha apenas 18 anos, “inventando” uma história de que ele teria jogado um cigarro em uma poça de gasolina. O rapaz assinou a confissão, pois foi dito que iria para casa se o fizesse. Ele, Almendarez e o cunhado de Almendarez, Francisco Nanez, foram considerados culpados de incêndio criminoso e assassinato em primeiro grau e condenados à prisão perpétua.

Galvan passou a cumprir a pena e, apesar de contestar diversas vezes, não obtia a sonhada liberação, dadas as teves apresentadas — pelo menos, até assistir a uma reprise de ‘Mythbusters’, em 2007, quando estava preso já há 21 anos. 

Em um período de quinze anos após ver o episódio, Galvan e os advogados do Innocence Project convenceram um juiz a anular suas condenações e também as condenações de dois homens que foram considerados culpados pelo caso.

Explicando o mito

Tara Thompson, a advogada de John, explicou em um artigo publicado no site do Innocence Project: “Foi honestamente chocante para mim… Eu sinto que todos nós vimos filmes – como Payback é um famoso – onde eles acendem a gasolina na rua com um cigarro e um carro explode”. “Eu realmente nunca tinha pensado muito se isso poderia ou não ser real.”.

Quando assisti a este episódio de 'Mythbusters' , como advogada, me fez perceber que há coisas que você precisa analisar mais profundamente – você não pode presumir que entende a ciência até que tenha analisado”, acrescentou ela.

Demorou duas décadas para que o rapaz pudesse provar sua inocência. O Innocence Project explica que Galvan pegou o episódio de mudança de vida de ‘Mythbusters’ e viu como os apresentadores do programa tentaram repetidamente acender uma poça de gasolina em chamas com um cigarro aceso e falharam em todas as tentativas.

Ali estava”, disse Galvan ao Innocence Project. “Lembro que estava empolgado, extremamente feliz… senti que finalmente tudo isso está começando a sair”.
Fotos de Galvan quando ainda era novo - Créditos: The Innocence Project

Início do processo

A equipe jurídica de Galvan apresentou, em 2017, testemunhas que apoiaram seu álibi, que foram coagidas pelo mesmo detetive e também um especialista em incêndio criminoso, que concordava que a confissão dele era, cientificamente, impossível.

Neste ano, Galvan, Almendarez e Nanez tiveram suas condenações anuladas e foram exonerados oficialmente.

De acordo com a NBC Chicago, via All That’s Interesting, Almendarez disse: “Tenho que aprender a ser livre, a ser homem. Eu tinha 20 anos quando entrei e tudo o que aprendi é como ser um condenado”.

Galvan também relatou estar tendo dificuldades para se adaptar ao “novo mundo”: “Tem sido difícil, me sinto deslocado, há muito o que aprender e não sei onde devo estar… não sei o que fazer”.

Hoje, Galvan está ansioso para conquistar um espaço próprio e revisitar alguns hobbies e paixões, tal como a pintura.

John Galvan, à direita, com a advogada do Innocence Project, Tara Thompson - Créditos: The Innocence Project
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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