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Condessa serial killer: Elizabeth Báthory tem uma fama injusta?
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Condessa serial killer: Elizabeth Báthory tem uma fama injusta?

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Aventuras Na História
30/10/2024 20h08
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©Getty Images
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Mais de quatro séculos após sua morte, a verdade sobre "a Condessa Sangrenta", uma nobre húngara que entrou para a História como a serial killer mais prolífica da história, permanece envolta em mistério.

Em seu castelo, na região que hoje corresponde ao oeste da Eslováquia, Erzsébet Báthory teria torturado e assassinado mais de 600 jovens mulheres e meninas. Esse número exorbitante deu origem a lendas macabras de que a condessa se banhava no sangue de suas vítimas para manter sua juventude.

Rumores sobre os atos sádicos de Báthory espalharam-se pelo Reino da Hungria no início do século XVII. Após uma investigação, quatro de seus empregados foram condenados por assassinato e executados brutalmente. Assim, a 'Condessa Sangrenta' foi presa e confinada aos muros de sua propriedade até sua morte, em 1614.

A narrativa tétrica chama atenção até os dias atuais, contudo, alguns pesquisadores questionam se a nobre foi, de fato, responsável pelas atrocidades atribuídas a ela.

"Báthory era uma assassina em série que atormentava e torturava 650 jovens mulheres por nada mais do que seu prazer?" questionou a CBS News Annouchka Bayley, uma autora e acadêmica britânica que lançou um romance sobre Báthory. "Estou muito convencida de que é, como dizemos na Inglaterra, um trabalho de armação."

Uma ameaça?

A autora de "The Blood Countess" ("A Condessa de Sangue", em tradução livre) e professora associada na Universidade de Cambridge, argumenta que a visão popular de Báthory como assassina sádica apoia-se em um estereótipo da "mulher-monstro" que não encontra respaldo nas evidências históricas.

Ela sugere que, ao invés de assassina, Báthory poderia ter sido uma figura subversiva que ameaçava a estrutura de poder vigente, especialmente considerando indícios de que ensinava muitas jovens a ler e possuía uma prensa tipográfica.

"É importante lembrar que esses eram os anos da Reforma e Contrarreforma, quando pessoas eram queimadas por suas crenças heréticas. As prensas tipográficas estavam disseminando informações amplamente pela Europa, o que era visto como perigoso", disse Bayley ao veículo.

Quem é a condessa?

Báthory nasceu em 1560 em uma família aristocrática e casou-se em 1575 com Ferenc Nádasdy, um nobre húngaro influente. O casal detinha vastas riquezas e terras pelo reino. Após a morte súbita de Nádasdy em 1604, a mulher herdou seus bens.

Esse poderio econômico pode ter motivado figuras poderosas da época a destruí-la para tomar suas riquezas. A recusa da condessa em se casar novamente após o falecimento do marido e suas atividades educacionais alarmaram as autoridades, explicou a escritora.

O ceticismo sobre a culpa da condessa não se limita a estudiosos: o tema também divide opiniões na vila eslovaca de Čachtice onde os crimes teriam ocorrido. A incerteza sobre seu local de sepultamento também alimenta teorias.

Ela estaria enterrada numa cripta sob a igreja local, mas rumores indicam que o corpo foi removido. A igreja, entretanto, não autorizou que fossem feitas escavações no local.

Bayley considera que a cultura popular frequentemente se encanta com narrativas violentas e grotescas e que a história tende a estigmatizar mulheres poderosas.

Ao retratar outro lado de Báthory, Bayley espera oferecer uma forma de justiça não só para ela mas também para outras figuras históricas injustiçadas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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