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Conheça o museu dedicado ao true crime nos Estados Unidos
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Conheça o museu dedicado ao true crime nos Estados Unidos

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Aventuras Na História
10/12/2023 18h00
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©Museu Graveface
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No Dia dos Namorados de 2020, o distrito turístico de Savannah, no estado norte-americano da Geórgia, recebeu a inauguração de uma atração nada convencional: o Museu Graveface — dedicado aos cultos, ao ocultismo e aos crimes reais. 

O trabalho de quatro anos de Ryan Graveface — proprietário do museu —, que custou cerca de 200 mil dólares, porém, teve seu fechamento por tempo indeterminado apenas após três semanas; devido à pandemia do novo coronavírus. 

Durante quatro meses, o espaço permaneceu vazio, mas Ryan conseguiu a reabertura de seu museu no verão daquele ano. Mas havia um problema: as pessoas não estavam fazendo filas para ver as coisas estranhas do local, como as calças de moletom de Charles Manson ou os pacotes de refresco Flavor Aid retirados da cena de suicídio em massa do culto de Jonestown.

Pacotes de refresco Flavor Aid retirados de Jonestown/ Crédito: Reprodução/YouTube/@grimmlifecollective

A falta de visitantes se tornou algo tão grave para Graveface que ele considerou fechar as portas de sua atração para sempre. "Tive uma conversa franca com minha esposa", revelou ao NY Post. "Eu disse a ela: 'Sei que gastei quase quatro anos da minha vida e US$ 200 mil construindo essa coisa, mas acho que acabou. Isso simplesmente não está funcionando'".

Mas tudo mudou em janeiro de 2021 depois que uma usuária do TikTok viralizou ao postar um vídeo de 30 segundos de sua visitação ao Museu. "Teve algo em torno de 4 milhões de visualizações", conta Ryan. "E então, de repente, temos uma fila do lado de fora todos os dias". Mas o que há de tão macabro no espaço?

Cenas de crimes

Com o passar dos meses, mais visitantes passaram a compartilhar suas experiências na visitação ao Museu Graveface. Não só isso, pessoas de todo o país dedicaram viagens ao sul para conhecer o peculiar espaço. 

Segundo o New York Post, não existe palavra mais adequada para descrever o Museu Graveface quanto "surreal". Ocupando dois andares de um antigo armazém de tabaco, o acervo inclui diversos artefatos assustadores pelo simples fato de que alguém pensou em preservá-los para a posterioridades. 

Entre os itens da coleção, por exemplo, é possível encontrar as chaves que davam acesso ao local onde John Wayne Gacy (o Palhaço Assassino) enterrou suas vítimas, ou até mesmo as roupas íntimas da prisão da assassina em série Aileen Wuornos (retratada por Charlize Theron em 'Desejo Assassino', de 2003). O que dizer então da placa de madeira do Rancho Spahn que Charles Manson chamava de lar?

O colecionador

Quando tinha apenas oito anos de idade, Ryan conta que começou com sua mania de colecionar, ou melhor, "acumular", como ele próprio prefere chamar. Nascido e criado na cidade de Toledo, em Ohio, ele diz que sua obsessão começou com populares cartões infantis, mas tudo mudou quando ele descobriu que o personagem Pennywise, de Stephen King em "It", foi inspirado em John Wayne Gacy

Graveface conta que comprou sua primeira pintura do Palhaço Assassino quando ele tinha apenas 15 anos (há quase três décadas). Ryan explica que, além disso, como parte de um projeto de psicologia do ensino médio, ele escreveu para "quatro ou cinco" serial killers no corredor da morte. 

Minha família tem uma longa história esquisita, a maioria terminando em suicídio", revelou. "Isso me fez querer aprender sobre a psicologia por trás disso". 

Surpreendentemente, muitos dos condenados responderam suas missivas. "Foram muito normais, muito humanos", lembrou. "Quando criança, você espera que eles sejam monstros macabros. Não estou sugerindo que sejam boas pessoas. Mas a maneira como eles se comunicam é exatamente a maneira como estamos conversando agora, só que eles fizeram coisas horríveis". 

Máscaras em exposição no museu/ Crédito: Reprodução/YouTube/@grimmlifecollective

Seu fascínio pelo assunto o seguiu em suas andanças pelo mundo. Em 2010, Ryan se estabeleceu em Savannah, onde abriu uma loja de discos. Naquela época, sua coleção de artefatos criminais já ocupava um espaço de mais de 1.500 metros quadrados. 

O Museu Graveface

A ideia de abrir um museu sobre True Crime só começou a sair do papel no verão de 2018, quando encontrou um espaço "grande e barato". Mas o local também guardava seus próprios segredos macabros. Ao restaurar o imóvel, Graveface conta que descobriu um compartimento secreto com um disco de vinil sem identificação. A gravação continha vozes cantando e falando em línguas. "Foi horrível", aponta.

A inauguração ainda foi adiada quando ele e sua esposa, Chloe — que criou grande parte da taxidermia de animais exibida no museu —, decidiram que a entrada deveria ser um rosto gigante de Satanás elaborado com tela de galinheiro e papel machê. 

"Queríamos que fosse como uma boca tradicional para entrar no museu", explicou. "A cidade ouviu falar e nos deu uma autorização, porque é uma estrutura muito grande e eu não tinha licença para isso". 

Quando Graveface levantou capital suficiente para todos os custos de abertura, em grande parte graças a uma campanha de arrecadação de fundos, a pandemia estava em ascensão. Mas o Museu Graveface não só sobreviveu, como prosperou. 

Em relação ao seu acervo, Ryan conta que o acúmulo de itens não é um grande mistério: trata-se de uma combinação de força de vontade e de estar no lugar certo na hora certa. 

Graveface ainda revela que possui contatos nas profundezas do mundo da coleta de crimes reais — e que ele não tem vergonha de contactar diariamente presos no corredor da morte ou até mesmo sobreviventes. 

Mas a melhor descoberta simplesmente caiu em seu colo. Certa vez, um colecionador lhe enviou, gratuitamente, uma caixa cheia de evidências do caso de Ed Gein, em 1957 — o infame serial killer inspirou filmes como 'Psicose', 'O Massacre da Serra Elétrica no Texas' e 'Silêncio dos Inocentes'. 

+ Ed Gein, o cruel serial killer que inspirou três filmes clássicos de terror

A caixa continha evidências de Joe Wilimovsky, o investigador de Wisconsin responsável pela confissão de Gein. O pacote também continha fotos horríveis da casa de Ed, assim como um saco com restos humanos — que parecem ossos —, que podem ter sido de uma de suas vítimas ou talvez de um dos túmulos que ele profanou. 

Parede sobre o caso Ed Gein/ Crédito: Reprodução/YouTube/@grimmlifecollective

No Museu, Ryan também exibe o que ele afirma ser o esqueleto de seu bisavô em um caixão, crânios humanos e potes cheios de cinzas cremadas. Entretanto, Graveface revela que sua atração possui um limite: Ted Bundy. Não existe nada dele por lá. 

Eu tinha algumas coisas de Bundy no museu há algum tempo", conta. "Mas continuamos tendo mulheres — sempre loiras, sempre na casa dos 20 anos — que ficavam na frente disso e… como posso dizer isso de uma forma adequada? Davam prazer a si mesmas". 

Por fim, ele também explicou ao NY Post que a maioria de seus visitantes são namorados e jovens interessados pelos "motivos certos"; o que significa que eles estão curiosos sobre a história e natureza desses eventos horríveis, e não sobre a estética de "choque e pavor".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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