Deputado bolsonarista cria projeto para erro em pesquisas virar crime
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Um dia antes das eleições presidenciais deste domingo, 2, pesquisas de intenção de voto apontavam que o ex-presidente Lula foi o candidato escolhido por 50% das pessoas; o que, pela margem de erro, o colocaria entre 52% e 48%. No fim da apuração, ele ficou com 48,43%.
Já o atual presidente, Jair Bolsonaro, levando em conta apenas os votos válidos, teria entre 36% e 39%. Entretanto, após o pleito, as urnas mostraram uma porcentagem maior para o atual mandatário: 43,2% — valor acima das margens.
Por conta desta discrepância, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou um projeto de lei, nesta segunda-feira, 3, que visa criminalizar erros nas pesquisas.
Em entrevista ao UOL, pouco após a apuração, Barros declarou que seu projeto pretende aplicar “punições severas” para os institutos de pesquisas que, nas vésperas eleitorais, cometam erros superiores ao da margem de erro.
Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento", disse.
Erros maiores
Os protestos de Barros, ainda, foram mais efusivos por conta dos resultados para Governador em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que apontavam vantagem dos candidatos Fernando Haddad (PT) e Eduardo Leite (PSDB), respectivamente.
No entanto, ambos foram superados. O pleito paulista apontou vantagem para Tarcísio de Freitas (Republicano) e o gaúcho para Onyx Lorenzoni (PL), ambos apoiadores de Bolsonaro.
"Nestes estados não teve nada de margem de erro. Foram pesquisas frias, literalmente", continuou Barros. "Pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime".