Descoberta arqueológica no deserto de Neguev revela possível tráfico de mulheres na antiguidade
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Em um estudo recente, publicado no último domingo, 9, pelo Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, pesquisadores explicam que as dezenas de esqueletos encontrados no deserto de Neguev, no sul de Israel, em 2021, podem ter pertencido a mulheres que foram traficadas para prostituição, conforme repercutido pelo portal Galileu.
Eles chegaram a essa hipótese, pois, ao contrário dos cemitérios comuns avistados na região, as duas câmaras funerárias descobertas são quadradas, enquanto as encontradas em Negev, são arredondadas. Como explicou um dos encarregados pela pesquisa, Tali Erickson-Gini, ao Live Science:
“Até agora, esses tipos de túmulos nunca haviam sido descobertos na região e não estão associados a nenhum tipo de assentamento”.
Em adição aos 50 esqueletos, também foram encontrados na tumba artefatos que serviam de talismãs, feitos de cobre e ferro, como: conchas do Mar Vermelho e peças de cerâmica. Eles pertenciam a diversas sociedades do sul da Arábia, Egito e sul do Levante, remontando ao fim da Idade do Ferro e ao começo do período persa aquemênida, entre os séculos 7 a.C. e 5 a.C.
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que as mulheres enterradas nessas tumbas possam ter sido vítimas de tráfico. Acredita-se que elas tenham sido adquiridas em Gaza ou no Egito e transportadas para a Arábia, onde foram possivelmente vendidas como noivas ou prostitutas. Embora existam inscrições no Iêmen que comprovam esse costume, é necessário uma quantidade maior de indicadores para confirmar essa hipótese.