Descuido de funcionários em obras nas pirâmides preocupa autoridades egípcias
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Um vídeo recente, compartilhado amplamente no final de 2024, causou grande preocupação entre pesquisadores, ativistas e figuras públicas.
Nele, dois trabalhadores da manutenção da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, são filmados usando ferramentas pontiagudas para martelar os blocos na base da pirâmide, enquanto vestem coletes refletivos.
A reação das autoridades egípcias só aumentou a indignação pública. A deputada Amira Abu-Shoka, membro da Câmara dos Representantes do Egito, apresentou uma moção urgente ao presidente do parlamento, solicitando explicações mais detalhadas do ministro das Antiguidades.
Ela condenou o ocorrido, alegando que o episódio prejudica a imagem turística do Egito e alimenta especulações sobre danos à pirâmide.
O vídeo, gravado por turistas, rapidamente se espalhou nas redes sociais, forçando o Ministério do Turismo e Antiguidades a se pronunciar. Em um comunicado, a pasta afirmou que o que foi visto no vídeo não era uma demolição, mas a remoção de materiais de construção sem valor arqueológico, acumulados ao longo de quase 20 anos, com o objetivo de "dar continuidade à preservação das Pirâmides".
A gravação ocorreu no contexto de uma operação de manutenção dos sistemas de iluminação da pirâmide, que foi atribuída a uma empresa privada responsável pela tarefa.
Ayman Ashmawi, chefe do Setor de Antiguidades do Antigo Egito, reconheceu em uma entrevista que a falta de um especialista em antiguidade e a realização das operações de manutenção durante o horário de visitação foi um erro.
A deputada Amira Abu-Shoka, mais uma vez, criticou a gestão e pediu esclarecimentos, apontando que o incidente afetou negativamente a imagem do Egito.
Precedentes
Este incidente se insere em um contexto maior de debates sobre a preservação dos monumentos egípcios. Em janeiro de 2024, um vídeo mostrando obras na pirâmide de Menkaure também gerou críticas, com a colocação de blocos de granito para restaurar sua "aparência original".
A egiptóloga Monica Hanna expressou seu descontentamento por meio de um comentário na publicação original, afirmando que tal intervenção violava princípios internacionais sobre a conservação de patrimônio.
Em resposta à polêmica, o Ministério do Turismo e Antiguidades formou o Comitê de Revisão da Pirâmide de Menkaure, composto por especialistas e arqueólogos. Após a discussão, foi decidido interromper as obras de restauração, pois não seria possível determinar com precisão a posição original dos blocos de revestimento.
Além disso, o governo egípcio está investindo em novos projetos, como a construção de um novo centro de visitantes em Gizé e uma rede ferroviária de alta velocidade de 2.000 km que cruzará o país. Essas iniciativas também têm gerado preocupações sobre o impacto na preservação do patrimônio, tanto o já conhecido quanto o que ainda está por ser descoberto.
Em entrevista ao Art Newspaper, Salima Ikram, professora de arqueologia na Universidade Americana do Cairo, alertou sobre os riscos de intervenções no planalto de Gizé. Ela enfatizou a necessidade de monitoramento rigoroso de qualquer trabalho, pois há grande risco de destruição e perda de informações. "Qualquer construção nas proximidades das pirâmides deve ser limitada para não afetar a paisagem e a visão do monumento", afirmou.
A pirâmide
A Grande Pirâmide de Gizé, a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda permanece de pé, é um Patrimônio Mundial da UNESCO e um dos maiores símbolos do Egito. Com mais de 4.600 anos de história, foi construída como túmulo do faraó Quéops e recebe anualmente cerca de 14,7 milhões de visitantes.
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