Dez pessoas da mesma família são mortas durante bombardeio de Israel a Rafah
Aventuras Na História
Na madrugada desta quarta-feira, 17, um bombardeio israelense matou ao menos dez pessoas de uma mesma família, incluindo cinco crianças com idades entre três e 16 anos. O ataque aconteceu na cidade de Rafah, localizada no extremo sul da Palestina. A mãe da família está desaparecida.
Imagens divulgadas pela CNN americana mostram os sobreviventes da família Ayyad chorando sobre os corpos dos parentes mortos, cobertos com panos brancos. Conforme repercutido pelo jornal O Globo, alguns corpos foram destroçados.
Recuperamos os restos mortais de 12 pessoas. Havia mulheres e crianças, encontramos braços e pés. Todos foram despedaçados. Isso é horrível, não é normal. O mundo inteiro é cúmplice.”, disse Abdeljabbar al-Arja, vizinho da família, em entrevista à AFP.
O bombardeio realizado por Israel criou uma grande cratera no chão, vasculhada por crianças e adultos, que encontraram destroços, lonas e uma roupa rosa.
Segundo as Nações Unidas, a família Ayyad havia procurado refúgio em Rafah, após serem removidos repetidamente do norte de Gaza, situação pela qual outros milhares de palestinos também passaram, ao serem expulsos de suas casas por ordens do Exército de Israel.
Recentemente, a cidade foi anunciada como o alvo do próximo ataque israelense, sob o argumento de que a região é o “último bastião” do Hamas e que alguns reféns sequestrados na invasão de 7 de outubro estão sendo mantidos ali.
Segundo o governo de Israel, 129 prisioneiros, sendo 34 falecidos, continuam mantidos pelo Hamas. No último acordo realizado entre eles, 110 pessoas foram libertas. Há meses não acontece um avanço na negociação sobre uma trégua e, consequentemente, uma troca entre reféns e prisioneiros.
Destruição
O bombardeio israelense também atingiu o campo de refugiados de al-Mawasi, próximo de Rafah, onde milhares de pessoas deslocadas montaram abrigo. Segundo o exército de Israel, dezenas de “alvos” foram atingidos em Gaza nas últimas horas, onde estariam “terroristas, postos de observação e estruturas militares”.
Ainda à CNN, as forças armadas israelenses também afirmaram que realizaram um ataque aéreo nesta quinta-feira, 18, ao campo de refugiados de al-Maghazi, no centro de Gaza, matando 14 pessoas, entre elas oito crianças.
Em outra área de Rafah, chamada al-Salam, equipes de resgate encontraram os corpos de oito membros de uma mesma família na terça-feira, 16. Entre eles estavam duas crianças e duas mulheres.
Durante o ataque, Jamalat Ramidan foi despertada pelos gritos das filhas chamando “mamãe, mamãe, mamãe”. Enquanto tentavam escapar, eles tropeçaram em “partes de corpos e cadáveres espalhados por toda parte”, relatou a mulher à AFP.