Dia de fúria: Em 1995, americano revoltado roubava tanque e destruía cidade
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Em 1995, um norte-americano decepcionado com uma sequência trágica de eventos em sua vida decidiu deixar de lado os valores morais em um ato impensável. Nos dez anos anteriores, Shawn Nelson foi dispensado do Exército dos Estados Unidos, perdeu a mãe e o pai, se divorciou após seis anos casado e se acidentou gravemente enquanto conduzia sua motocicleta.
Para piorar, seus cuidados hospitalares, necessários devido às lesões nas costas e pescoço, não foram suficientes, deixando sequelas permanentes, mesmo com o alto custo dos tratamentos. Acusando o hospital de negligência, processou a instituição em US$ 1,6 milhão, mas perdeu o processo e teve de arcar com os honorários médicos e legais do hospital, que ultrapassavam US$ 6 mil.
De acordo com o jornal Los Angeles Times, seu irmão ainda relatou que Nelson, em meio as decepções, viciou-se em drogas e passou a ter comportamentos pouco usuais. A gota d'água ocorreu em 1994, quando seus equipamentos de encanador, usados em sua única fonte de renda, foram roubados, fazendo as contas acumularem e, por fim, perder a casa.
Em meio ao caos pessoal, Shawn entrava no ano de 1995 sem nada registrado em seu nome, além do completo desamparo e vício. Foi neste contexto que, na tarde de 17 de maio daquele ano, ele decidiu invadir o Arsenal da Guarda Nacional da Califórnia naquele que seria, justamente, seu último dia de vida.
Dia de fúria
O local, sem nenhum tipo de segurança para a entrada, permitiu que ele acessasse tanques de guerra entrando pelo portão do pátio do arsenal. Tentou assumir o controle de dois, mas conseguiu ligar somente na terceira tentativa, assumindo o controle de um tanque M60A3 Patton de 57 toneladas, que conduziria seus minutos seguintes como um dia de fúria.
Os guardas do local só notaram a presença de Nelson quando o veículo deu partida, mas era tarde demais; o invasor rapidamente acelerou o veículo de combate, saindo pelas ruas do bairro de Clairemont, no condado de San Diego, esmagando veículos e derrubando desde faróis até hidrantes.
Não havia munição no canhão do veículo, mas ainda assim, Nelson conseguiu causar danos em 40 carros estacionados e deixar inúmeros moradores sem energia elétrica, atraindo viaturas locais em uma tensa perseguição, que prosseguiu até uma rodovia interestadual, deixando inúmeros motoristas impedidos de prosseguir viagem.
Após 23 minutos de fuga em impressionantes 30 km/h, um dos trilhos do veículo de combate foi perdido na tentativa de cruzar um canteiro, imobilizando o veículo. Em ação rápida, agentes de segurança conseguiram subir no topo do tanque, abrir a escotilha e encontrar Nelson, que resistia aos pedidos policiais de deixar o veículo. Como resposta, o agente Richard Piner efetuou um disparo em seu pescoço, resultando na morte do condutor.
De acordo com o portal War History Online, a ação policial chegou a ser questionada por veículos de imprensa e pela comunidade local ao conhecer a história de Nelson. Contudo, a Polícia deixou claro que, caso usassem uma segunda opção, como o gás lacrimogêneo, dentro do tanque para incapacitá-lo, eles não poderiam entrar no veículo para removê-lo.