Documento indica que o Papa Pio XII tinha conhecimento sobre o Holocausto

Entre os arquivos privados do Papa Pio XII, uma carta sugere que a Igreja Católica obteve informações, no ano de 1942, a respeito do fato de que até 6.000 pessoas morriam todos os dias em um campo de extermínio nazista na Polônia, em Belzec. Essas pessoas eram descritas como “principalmente poloneses e judeus".

Conforme o arquivista do Vaticano que descobriu a carta, Giovanni Coco, a informação recebida veio de uma fonte tida como confiável do papa que ficava na Alemanha. Além disso, o documento, divulgado neste fim de semana pelo jornal italiano Corriere della Sera, fortalece evidências de que alguns pesquisadores defendem que o papa tinha conhecimento sobre o Holocausto. 

Segundo repercutiu o The New York Times, Giovanni comenta que não se pode ter certeza que Papa Pio XII viu o documento descoberto nos arquivos do Vaticano, porém, há grandes possibilidades, visto que foi entregue ao secretário pessoal do papa, que teria informado ao pontífice ou mostrado a carta para ele. 

Datada de 14 de dezembro de 1942, a carta encontrada e escrita pelo reverendo Lothar Koenig, jesuíta alemão membro de um movimento de resistência alemão, procurava informar, de acordo com Giovanni, sobre "o estado da perseguição da igreja na Alemanha, acima de tudo". 

Vale destacar que, o apêndice do documento importante documentou o número de padres presos no campo de concentração de Dachau, região próxima de Munique. Além disso, também falava sobre outro relatório ainda não descoberto a respeito do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia. 

Outros detalhes 

Os estudiosos vêm explorando, desde 2020, os documentos referentes aos anos que o Papa Pio XII esteve no poder da Igreja Católica, que corresponde de 1939 a 1958. Nessas buscas, eles tentam compreender sobre a resposta do Vaticano quanto ao Holocausto e ao Nazismo, além de tentarem entender sobre o legado controverso do pontífice, que durante a morte dos judeus, esteve em silêncio.