Edifício de Belo Horizonte abre bunker da Segunda Guerra ao público
Aventuras Na História
Um icônico prédio do centro de Belo Horizonte, capital mineira, agora passa a receber visitantes para uma "nova" atração que poucos conheceram ao longo de oito décadas. Projetado em meio à Segunda Guerra Mundial, o Edifício Acaiaca é uma pérola da história local, por esconder debaixo de seus 30 andares um bunker antiaéreo que, agora, pode ser visitado.
Em 1942, quando o Brasil tinha Getúlio Vargas como presidente e o mundo vivia a Segunda Guerra Mundial, o Brasil declarou-se inimigo da Alemanha e da Itália. Nesse contexto, foi determinado que todos os prédios com mais de cinco andares construídos naquele período deveriam ter um bunker — um espaço subterrâneo projetado para resistir a bombardeios —, e também foi quando o Edifício Acaiaca foi projetado e erguido.
Conforme descreve o g1, é possível observar na planta do prédio que existem áreas destinadas ao abrigo, com capacidade de proteger até 160 pessoas. Caso o prédio sofresse um ataque aéreo, elas tinham dez minutos para alcançar o bunker.
Felizmente ele não foi usado, porque nós não fomos bombardeados. Ficou esse espaço aqui e agora nós estamos recuperando e trazendo a visitação", afirmou ao Jornal Nacional o síndico do prédio, Antônio Costa Miranda.
Visitas
Pela primeira vez desde a construção, agora o bunker é um espaço aberto ao público, que permite aos visitantes observar suas paredes largas, duas salas com piso e sistema de ventilação originais, além de uma porta com fechadura giratória bastante típica de bunkers em filmes.
Porém, o local não possui apenas essa ambientação típica de cenários de guerra. Isso porque, agora, várias pinturas dão um novo sentido ao bunker. "Essa arte veio para trazer a esperança, para a gente não cair mais nessa história de guerra. Eu procurei junto com vários artistas convidados trazer uma mensagem de restauração, de paz", conta a artista e educadora Vilma Oliveira Coelho ao Jornal Nacional.
A gente queria que esse espaço fosse justamente uma janela para uma liberdade. Então, a gente trouxe a imagem, trouxe a liberdade dos pássaros e trouxe também as crianças", complementa a artista plástica Carol Smocowisk.
"Eu espero que daqui 80 anos o espaço continue, o bunker continue sendo não utilizado para o que ele foi projetado, que ele continue sendo só um espaço expositivo para a gente ter a memória disso. Mas que não passe disso", conclui Smocowisk.