Em meio à guerra, Rússia recorre a tática milenar: uso de cavalos e burros

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Em meio a guerra contra a Ucrânia, a Rússia tem resgatado uma tática dos campos de batalha de séculos passados: o uso de cavalos e burros. Esses animais transportam suprimentos e soldados sem chamar a atenção dos drones ucranianos, que facilmente detectam e atacam veículos blindados próximos à linha de frente.
À medida que o conflito entra em seu quarto ano, a Rússia enfrenta desafios crescentes, como a escassez de munição e equipamentos, o que tem forçado o uso de estratégias improvisadas. A pressão das forças ucranianas, aliada ao uso intenso de drones e tecnologia moderna, complica ainda mais a manutenção das linhas de frente.
Embora não sejam centrais na estratégia russa, essas táticas refletem a adaptação necessária em uma guerra de alta tecnologia, que tem ressuscitado métodos tradicionais, como trincheiras e motocicletas, repercute o Wall Street Jounal. Registros de militares usando burros e cavalos na linha de frente têm circulado nas redes sociais.
Prática antiga
O uso de cavalos em combate remonta a aproximadamente 4.000 a 3.000 a.C., conforme evidências arqueológicas, quando eram empregados para puxar carros de guerra.
Com o tempo, especialmente a partir da Idade do Bronze, estes animais passaram a desempenhar um papel crucial como meio de transporte e na formação de unidades de cavalaria, ampliando significativamente a mobilidade e a eficácia no campo de batalha.
Na Ucrânia, o uso dos cavalos no campo de batalha remonta à herança cossaca, um povo seminômade conhecido por sua destreza equestre nos campos de batalha. No entanto, até o fim da Primeira Guerra Mundial, cavalos e burros foram amplamente substituídos por veículos.
Embora forças especiais dos Estados Unidos tenham recorrido a eles no início da invasão do Afeganistão, hoje, exércitos de países desenvolvidos os utilizam apenas em cerimônias. Alguns analistas apontam que a eficácia dessas táticas, surgidas mais pela necessidade do que pela inovação, é limitada.
"Não acho que a retomada de tecnologias antigas, como redes, espingardas e cavalos, seja uma escolha estratégica. São tentativas desesperadas de lidar com os drones", disse Phillips O’Brien, professor de estudos estratégicos da Universidade de St. Andrews, ao WSJ.


