Entenda a prisão da jovem polonesa que alega ser Madeleine McCann

A polonesa Julia Wandelt, que alega ser Madeleine McCann, compareceu ao Tribunal de Magistrados de Leicester nesta sexta-feira, 21, após ser acusada de quatro crimes de perseguição à família da menina desaparecida em 2007 durante férias em Portugal. 

Conhecida também como Julia Wendell ou Julia Faustyna, a jovem de 23 anos foi presa no Aeroporto de Bristol na quarta-feira, 19, após viajar de Wroclaw (Polônia) para se encontrar com uma amiga em Cardiff (País de Gales). 

A amiga, de cerca de 60 anos, foi detida com ela, mas liberada após pagar fiança. Julia, por sua vez, ficará presa até 7 de abril, quando terá audiência judicial, conforme informações da BBC. 

'Perseguição'

Documentos judiciais revelaram que, entre 3 de janeiro de 2024 e 15 de fevereiro de 2025, a jovem teria feito contato indesejado com os McCann a partir de cartas, mensagens de WhatsApp, ligações e mensagens de voz.

Segundo a Justiça do Reino Unido, Julia teria inclusive ido até a casa deles em Leicestershire em duas ocasiões – 2 de maio e 7 de dezembro. Ela também é acusada de perseguir Amelie, irmã de Madeleine, entre 3 de janeiro e 21 de abril de 2024, e o irmão de Madeleine, Sean, entre 27 de novembro e 29 de dezembro do ano passado.

A acusação afirma que a conduta de Wandelt teve um "teve um efeito adverso substancial" nas atividades cotidianas da família, especialmente porque ela sabia ou deveria saber que suas ações “causariam alarme ou angústia”. 

O caso 

Em reportagem à BBC, Julia contou que começou a acreditar que poderia ser Madeleine após notar "semelhanças" entre o seu agressor sexual e os esboços de suspeitos relacionados ao caso da menina.

Ela revelou que foi vítima de abuso sexual na infância, o que, segundo ela, gerou lacunas em sua memória e a levou a questionar sua identidade, especialmente depois que seus pais se recusaram a responder a perguntas sobre sua possível adoção.

No entanto, testes de DNA realizados em abril de 2023 refutaram as alegações de Julia e confirmaram que ela não é Madeleine. Os resultados dos exames mostraram que a jovem é de ascendência polonesa, lituana e romena. Na época, Julia se desculpou com a família McCann, afirmando que "não tinha a intenção de causar sofrimento". 

No início deste mês, Julia voltou a insistir na suposta ligação com os McCanns. Em uma nova conta no Instagram, ela divulgou resultados atualizados de DNA que, segundo ela, teriam sido analisados por um "especialista mundial". 

Ela afirma que certos marcadores genéticos, como a estrutura dos olhos, dentes e padrões de voz, coincidem com os de Madeleine. No entanto, a identidade do especialista responsável pela análise não foi revelada.