Fontes de mercúrio de mausoléu do primeiro imperador da China são reveladas
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Novas pesquisas arqueológicas realizadas na cidade de Xunyang, na China, revelaram novas perspectivas sobre as origens do mercúrio encontrado no mausoléu de Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, que foi enterrado junto do conhecido e misterioso Exército de Terracota.
Uma figura extremamente importante na história da Ásia como um todo, Qin Shi Huang ficou conhecido especialmente por unir a China e por encomendar, para sua morte, o que pode ser o maior cemitério do mundo; um complexo que segue sendo estudado e que, no passado, levou 38 anos para ser construído, contando com 700 mil trabalhadores.
A descoberta do mausoléu ocorreu acidentalmente em 1974, depois que agricultores chineses descobriram uma estátua em tamanho real de um guerreiro, que seria apenas a ponta do iceberg. Com o decorrer dos anos, foram encontradas milhares de estátuas do tipo, que seria o exército e o império que Qin Shi Huang levaria para conquistar o pós-vida.
Embora até hoje a sepultura exata do imperador chinês não tenha sido encontrada, sendo este um dos maiores mistérios da arqueologia, pesquisas no local apontaram uma série de revelações curiosas, entre elas a alta concentração de mercúrio do local, que poderia ser justificada pela existência de rios de mercúrio líquido no interior e ao redor do túmulo, descritos em registros históricos.
E as pesquisas mais recentes sugerem que o mercúrio encontrado na tumba pode ter se originado das minas de cinábrio de Xunyang, uma área já conhecida por sua extensa história de mineração e fundição, conforme repercute o Archaeology News.
Novas descobertas
Segundo publicação no China Times, arqueólogos chineses têm trilhado um caminho que os leva ao cinábrio, um minério de sulfeto de mercúrio, extraído e fundido em tempos antigos, em busca de determinar a fonte do metal. E na nova pesquisa, foram apontados três lugares significativos associados à mineração e comércio de cinábrio: Shimiaogou, Chuantangping e Guojiawan.
Os três locais, todos parte do vale do Rio Shengjia, produziram, no passado, uma série de artefatos e itens culturais datados do Neolítico até a Dinastia Qing, o que sugere que foi minerado continuamente durante séculos.
No estudo, é descrito que o sítio Shimiaogou, nas proximidades do distrito de mineração de cinábrio Xunyang Qingtonggou, produziu artefatos que vão desde cacos de cerâmica com motivos de cestas neolíticas, até telhas com motivos de cordas da Dinastia Qin. Com essas novas descobertas, finalmente pode-se confirmar o papel do sítio de mineração e processamento de cinábrio nas eras pré-Qin e Han.
Os sítios Chuantangping e Guojiawan, localizados próximos a rotas de transporte, por sua vez, exibiram sinais de transportarem cinábrio das minas, incluindo pedras perfuradas, cerâmica vermelha temperada com areia e bloco de argila cozida — indícios das sofisticadas redes de comércio do período.
Com a conexão entre as minas de cinábrio e Xunyang, além da sepultura de Qin Shi Huang, novas noções sobre o desenvolvimento antigo de recursos da China são obtidas por pesquisadores, que aumentam ainda mais a compreensão do complexo funerário, mas também sobre as redes comerciais e as tecnologias de mineração inicial que apoiaram a construção.