'Golfo da América': México contesta decisão do Google após ordens de Trump
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O governo do México enviará uma carta ao Google questionando a decisão da empresa de renomear o Golfo do México como "Golfo da América" para usuários do Google Maps nos Estados Unidos.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 29, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que os EUA não têm o direito de alterar o nome de toda a região, uma vez que grande parte do golfo está localizada em águas internacionais.
Além disso, também vamos solicitar que 'América Mexicana' apareça no Google Maps", acrescentou Sheinbaum.
A declaração faz referência a uma resposta anterior da presidente à promessa de Donald Trump de mudar o nome do Golfo do México. Em tom irônico, Sheinbaum sugeriu que toda a América do Norte, incluindo os Estados Unidos, fosse chamada de "América Mexicana", em alusão a um mapa da era colonial.
"América Mexicana, isso soa bem", brincou ela, parodiando o comentário de Trump de que "Golfo da América" tinha um "toque lindo".
Polêmica
Na segunda-feira, 27, o Google confirmou a mudança de nomenclatura para usuários nos EUA, seguindo uma ordem executiva assinada por Trump. No entanto, o nome continuará como "Golfo do México" para usuários mexicanos, enquanto aqueles de outros países verão ambas as denominações no Google Maps.
Temos uma política de longa data de aplicar mudanças de nome quando elas são atualizadas em fontes oficiais do governo", explicou o Google em uma publicação no X.
Essa disputa sobre nomenclatura surge como um reflexo das tensões entre os dois países no início do novo mandato de Trump.
O México já foi alvo de diversas ordens executivas do presidente norte-americano, incluindo a declaração de estado de emergência na fronteira e a classificação de cartéis mexicanos como organizações terroristas.
Além disso, há a ameaça iminente de uma tarifa de 25% sobre todos os produtos importados do México para os EUA, medida que pode entrar em vigor a partir de 1º de fevereiro e afetar gravemente a economia dos dois países, que movimentam quase US$ 1 trilhão em comércio anualmente.
"Não acreditamos que [as tarifas] serão implementadas", disse Sheinbaum, em declaração. "Mas, se acontecerem, temos nosso plano."