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Jane Austin foi envenenada? As evidências que sustentam teoria
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Jane Austin foi envenenada? As evidências que sustentam teoria

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Aventuras Na História
01/02/2025 12h00
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©Getty Imagens
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No início de 1816, a escritora Jane Austen já se sentia mal, mas ignorava os sinais de alerta que seu corpo dava. Com o passar dos meses, o declínio de sua saúde ficava cada vez mais visível.

Mas Jane continuou trabalhando. Insatisfeita com o final de 'Persuasão', ela reescreveu seus dois capítulos finais, terminando-o em 6 de agosto daquele ano. Em janeiro do ano seguinte, começava 'Sanditon', completando 12 capítulos antes de interromper seus trabalhos em março de 1817. 

À medida que seu estado piorava, Austen sentia dificuldades para andar. Lhe faltava energia. Em abril, já estava confinada à sua cama. No mês posterior, foi levada para tratamento em Winchester. Não deu muito certo. Jane Austen morreria semanas depois, em 18 de julho, aos 41 anos

Biógrafos apontam que a autora morreu em decorrência do que hoje conhecemos como doença de Addison — quando existe um déficit de produção, pelas glândulas suprarrenais, de certos hormônios.

Mas, em 2011, a escritora Lindsay Ashford publicou seu livro 'The Mysterious Death of Miss Austen'. Na obra, ele sugere que Jane 'morreu de envenenamento por arsênico'; entenda!

Relembre a teoria

A trajetória até a publicação do livro de Lindsay começou três anos antes, quando a autora se mudou para a vila onde Jane Austen viveu: no distrito de Chawton, em East Hampshire, na Inglaterra.  Naquele período, Ashford começara um novo romance policial. A obra era escrita enquanto ela estava na biblioteca da antiga casa do irmão da romancista, Edward Austen

Logo, a mulher se deparou com velhos volumes de cartas escritos por Austen. Analisando o conteúdo em uma manhã, ela se deparou com uma passagem que lhe chamou a atenção — escrita semanas antes de sua morte. 

Estou consideravelmente melhor agora e estou recuperando um pouco minha aparência, que já foi ruim o suficiente. [Estou ficando] preto e branco; e todas as cores erradas".

Lindsay Ashford, que tinha pesquisado técnicas forenses modernas e venenos para seus romances policiais, percebeu imediatamente que os sintomas detalhados por Austen poderiam ser atribuídos ao envenenamento por arsênico — que pode causar a chamada pigmentação em "gota de chuva": áreas da pele ficam marrons ou pretas, e outras áreas ficam brancas.

Tempos depois, informou o The Guardian em 2011, Lindsay conheceu o ex-presidente da Sociedade Jane Austen da América do Norte, que relatou que uma mecha do cabelo da escritora, exposto em um museu próximo, havia sido testado para arsênico pelo falecido casal americano que o comprou em um leilão em 1948. O resultado deu positivo

Ashford descreveu em sua obra que o envenenamento crônico por arsênico dá todos os sintomas sobre os quais a escritora informou em suas cartas, diferentemente de outras possibilidades que foram apresentadas para sua morte: da doença de Addison, o câncer, a doença de Hodgkin e à doença autoimune lúpus. 

Um ponto que apoia a teoria é que o arsênico estava amplamente disponível na época por meio da Solução de Fowler — medicamento que continha arsenito de potássio e foi usado para tratar doenças como malária, sífilis, leucemia, eczema, asma e reumatismo (algo que Jane reclamava em suas cartas)

"Depois de toda a minha pesquisa, acho que é altamente provável que ela tenha recebido um medicamento contendo arsênico. Quando você olha para a lista de sintomas dela e os compara com a lista de sintomas de arsênico, há uma correlação incrível", disse Ashford ao The Guardian naquele ano. 

"Estou bastante surpresa que ninguém tenha pensado nisso antes, mas não acho que as pessoas percebam com que frequência o arsênico era usado como medicamento. [Mas] como escritora policial, fiz muita pesquisa sobre arsênico, e acho que foi apenas um pouco de serendipidade, que alguém como eu tenha olhado para as cartas dela com um olhar muito diferente do olhar que a maioria das pessoas lança sobre Jane Austen. É apenas sorte que eu tenha esse conhecimento, o que a maioria dos acadêmicos de Austen não teria".

Apesar de Ashford concordar que é "altamente provável" que Austen estivesse sofrendo de envenenamento por arsênico após ter sido prescrito por um médico para outra doença; no seu livro ela não descartou a possibilidade da escritora ter sido assassinada. "Não acho que assassinato esteja fora de questão".

Tendo investigado sua história familiar, havia muita coisa acontecendo que nunca foi revelada e poderia ter havido um motivo para o assassinato. No início do século 19, muitas pessoas estavam escapando de assassinatos com arsênico como arma, porque foi somente quando o teste Marsh foi desenvolvido, em 1836, que restos mortais humanos puderam ser analisados ​​para a presença de arsênico".

Por outro lado, Janet Todd, professora e editora da 'edição de Cambridge de Jane Austen', disse que o assassinato seria implausível. "Duvido muito que ela tenha sido envenenada intencionalmente. Acho muito improvável. Mas a possibilidade de ela ter arsênico para reumatismo, digamos, é bem provável". 

"É certamente estranho que ela tenha morrido tão jovem. [Mas] na ausência de desenterrá-la e descobrir, o que não seria apreciado, ninguém sabe do que ela morreu".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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