Jovem militar é encontrada morta depois de denunciar assédio nos EUA
Aventuras Na História
Uma jovem soldado de 20 anos, de origem mexicana, morreu dias depois de ter realizado uma denúncia de assédio sexual. Nesta sexta-feira, 17, uma organização latina pediu uma investigação sobre a morte recente. Em 2020, outra militar foi assassinada no mesmo local.
Na base militar de Fort Hood, Ana Basaldua Ruiz foi encontrada morta no começo desta semana. Como informado pela própria organização militar, em comunicado, nesta última quarta-feira, 15, a jovem servia no local. Ela denunciou o assédio no mesmo quartel onde a outra militar foi assassinada em 2020, em Austin, no Texas.
Versões sobre a morte
A mãe da jovem Alejandra Ruiz, como repercutido pelo O Globo, disse à rede Telemundo que Ana havia lhe contado que um sargento a estava perseguindo e que ela era constantemente assediada.
Ela foi informada oficialmente, dias depois, que sua filha havia se suicidado, através de um enforcamento. No entanto, a mãe não acreditou nesta versão.
“Supostamente eles trataram a morte como suicídio, nada mais, e disseram que iam iniciar as investigações”, disse o pai, Baldo Basaldua, ao canal.
O Fort Hood, informou via comunicado, nesta quinta-feira, 16, que “não há indícios de crime” na morte, mas que as investigações continuam. O Departamento de Investigação Criminal da Marinha (CID) abriu investigações sobre 50 suicídios e 11 assassinatos na base militar nos últimos cinco anos.
Um painel independente considerou que Fort Hood "criava um ambiente permissivo para assédio e agressão sexual". O relatório foi elaborado com base no testemunho de 507 mulheres. Foram denunciados 59 crimes sexuais de 93 reportados. Foram reportados 135 casos em termos de assédio, mas somente 72 denúncias foram levadas às autoridades.
Outro caso
A outra jovem militar encontrada morta, foi Vanessa Guillen, de 20 anos, também de pais mexicanos. Após denunciar um assédio, seu corpo foi encontrado desmembrado mais de dois meses após o seu desaparecimento, em abril de 2020, próximo à base militar.
Depois do crime, diversos policiais foram demitidos e houve manifestações por justiça. O presidente Joe Biden, em 2022, assinou uma ordem executiva com o nome de Guillen, a fim de reformar a justiça militar e fazer com que a violência sexual nas forças armadas deixasse de ser uma contravenção, tornando-se um crime.