Justiça alemã investiga 'projeções nazistas' em fábrica da Tesla
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O Ministério Público alemão anunciou na última quinta-feira, 23, a abertura de um inquérito para investigar uma projeção de imagens na fachada da fábrica da Tesla em Grünheide, Alemanha, durante um ato de protesto.
Na noite anterior, dois grupos ativistas, o Centro de Beleza Política (Zentrum für Politische Schönheit - ZPS) e o Led by Donkeys, compartilharam em suas redes sociais fotos e vídeos com projeções que incluíam mensagens como "Heil Tesla" — referência à saudação nazista "Heil Hitler" — acompanhadas do logotipo da Tesla. Outra mensagem exibia a palavra "boicote", também em associação à empresa.
O ato foi amplamente interpretado como uma crítica ao fundador da Tesla, Elon Musk, que em eventos passados levantou polêmica ao realizar um gesto semelhante à saudação nazista durante a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Musk nega qualquer conotação nazista no gesto.
A polícia descartou inicialmente a autenticidade das projeções após consultar os seguranças da Tesla, mas, nesta quinta-feira, 23, retrocedeu, reconhecendo a gravidade do caso e iniciando a investigação.
Segundo o Ministério Público, a utilização de símbolos nazistas ou referências ao regime de Hitler são ilegais na Alemanha, e a propagação dessas imagens pode configurar crime.
Em resposta às alegações de que as imagens seriam fabricadas, um porta-voz do ZPS afirmou que a ação ocorreu de fato, utilizando drones e equipamentos de projeção. Ele também rebateu as declarações dos seguranças da Tesla, dizendo que as câmeras de vigilância da fábrica teriam capturado o ocorrido.
Além disso, os ativistas divulgaram um vídeo de cinco minutos contextualizando o protesto, alegando que Musk apoia partidos de extrema-direita nos EUA e na Europa, incluindo o partido alemão Alternativa para a Alemanha (AfD). O vídeo ainda critica a influência de Musk na política global e destaca sua proximidade com líderes de direita.
Repercussões e polêmicas
Musk recentemente atraiu críticas por comentários nas redes sociais que incluíam trocadilhos com nomes associados ao regime nazista. Em resposta, Jonathan Greenblatt, presidente da Liga Antidifamação (ADL), condenou as declarações, reforçando que "o Holocausto não é uma piada".
Os grupos responsáveis pelo protesto já haviam realizado ações similares na sede da Tesla em Amsterdã, no início de janeiro, levantando questões sobre o impacto das declarações de Musk na política e na sociedade.