Maior iceberg do mundo está novamente em movimento
Aventuras Na História
Desde 1986, o iceberg A23a tem sido monitorado por especialistas, e agora sua trajetória voltou a ser um tema de interesse científico. Recentemente, ele começou a se mover pelo Oceano Antártico, após um período prolongado em que permaneceu parado, segundo informações da British Antarctic Survey (BAS).
Com uma extensão de 3.672 quilômetros quadrados, o A23a foi avistado em agosto e é considerado o maior iceberg atualmente em circulação. Desde sua separação da plataforma de gelo Filchner-Ronne, o iceberg tem sido objeto de acompanhamento por parte dos pesquisadores.
A estrutura de gelo permaneceu na região do fundo do mar de Weddell por mais de três décadas. Durante esse tempo, acredita-se que seu tamanho tenha diminuído o suficiente para permitir sua movimentação nas águas antárticas.
Após ser arrastado pelas correntes oceânicas, o iceberg ficou preso temporariamente em uma coluna conhecida como vórtice de Taylor, que se forma quando as correntes marítimas encontram montanhas submersas.
Agora livre novamente, os cientistas preveem que o A23a deve seguir seu curso natural em direção a águas mais quentes, especificamente rumo à distante ilha da Geórgia do Sul. É lá que se espera que ele comece a se desintegrar e eventualmente derreta, conforme comunicado emitido pela BAS na última sexta-feira, 13.
O iceberg
O A23a já foi reconhecido como o "maior iceberg ativo" em diversas ocasiões desde os anos 1980, sendo superado temporariamente por outros icebergs maiores, mas com vida útil mais curta, como o A68 em 2017 e o A76 em 2021.
Pesquisadores afirmam que a separação deste iceberg está ligada ao ciclo natural de crescimento das plataformas de gelo e não deve ter um impacto direto no aumento do nível do mar.
No entanto, as mudanças climáticas estão causando transformações alarmantes nesse vasto continente isolado, com potenciais consequências drásticas para a elevação do nível dos mares globalmente.
Amostras
Durante a trajetória do iceberg, cientistas têm investigado sua erosão e analisado como o gelo marinho pode afetar os ciclos globais de carbono e nutrientes nos oceanos.
"Sabemos que esses icebergs gigantes podem fornecer nutrientes às águas por onde passam, criando ecossistemas prósperos em áreas menos produtivas", explicou Laura Taylor, biogeoquímica responsável por coletar amostras da água que estão ao redor do iceberg. "O que não sabemos é que diferença os icebergs particulares, sua escala, e suas origens podem fazer a esse processo".
A equipe coletou amostras das águas superficiais localizadas atrás, ao lado e à frente da rota do A23a. Essas amostras devem ajudar na compreensão do tipo de vida que pode surgir em torno deste iceberg e como isso afetará o equilíbrio entre carbono nos oceanos e na atmosfera.