Maior que o PIB da Holanda: o patrimônio da família real da Arábia Saudita
Aventuras Na História
Monarquias são associadas com opulência: é natural imaginar que reis, rainhas, príncipes e princesas tem tudo do bom e do melhor. Na Arábia Saudita, que é governada pela Casa de Saud desde a fundação do país em 1932, não é diferente.
A família real saudita, na verdade, é mais rica que muitas outras, mais conhecidas. Para dar uma ideia, o rei Charles III, de 75, que subiu ao trono da Inglaterra neste ano de 2023, possui um patrimônio estimado em 3,8 bilhões de reais.
A monarquia mais rica da Europa, por outro lado, é a da Suíça, encabeçada pelo príncipeHans-Adam II do Liechtenstein, de 78 anos. Ele possui uma fortuna pessoal correspondente a mais de 45 bilhões de reais, conforme dados de 2023, e lidera um império bancário, sendo o único beneficiário da LGT, uma bem-sucedida empresa de bancos privados e gestão de ativos.
Todos esses valores, no entanto, enfraquecem quando comparados com o patrimônio de Mohammad bin Salman, o príncipe herdeiro saudita, o monarca mais rico do mundo. Ele e seus familiares são donos de uma quantia correspondente a mais de 7 trilhões de reais, segundo as estimativas mais recentes.
Mohammad, assim, tem uma renda mais alta que o PIB anual de muitos países: segundo informado pelo Banco Mundial, a família real saudita possui mais dinheiro que os produtos internos brutos anuais do México, Holanda, Noruega e Suíça (governada por Hans-Adam II), para dar alguns exemplos.
Petróleo
Essa riqueza toda, é claro, se deve às vastas reservas naturais de petróleo existentes na Arábia Saudita, as segundas maiores do mundo — atrás apenas da Venezuela. A nação mantém, porém, o título de maior exportadora do combustível fóssil.
Os sauditas já exportam petróleo desde a década de 30, quando descobriram a existência daquele que é apelidado de "ouro preto" em seu território. O processo de mineração do recurso, por sua vez, é realizado pela Saudi Aramco, uma companhia petrolífera estatal que, em ranking da Forbes de 2022, foi considerada como a terceira maior empresa do planeta.
O poder monetário de Mohammad bin Salman, portanto, possui proporções magnânimas. Em outro ranking da Forbes, que classificou as pessoas mais poderosas do mundo, o príncipe herdeiro saudita ficou em oitavo lugar.
Alguns dos mais marcantes pertencentes ao monarca são o Château Luís XIV, um castelo em Versalhes comprado por Salman em 2015 pelo valor de 1,7 bilhões de reais; assim como o "Salvator Mundi", uma famosa pintura a óleo original de Leonardo da Vinci criada entre 1490 e 1500, e adquirida pela Arábia Saudita em 2017 por cerca de 2,5 bilhões.
É também neste país, sob a iniciativa do príncipe, que vem surgindo uma série de projetos arquitetônicos de teor futurista, como o The Line, uma megalópole composta por dois enormes arranha-céus espelhados posicionados um de frente para o outro com que cortarão o deserto saudita. Eles são planejados para apresentarem 170 quilômetros de largura.
Outra característica importante da cidade utópica será sua pegada ecológica: é imaginada para contar carbono neutro, sendo livre de carros e possuindo seu próprio microclima. E, se a iniciativa parece ambiciosa demais, é porque ela é mesmo. A cidade foi, inclusive, alvo de críticas de diversos arquitetos, que não acreditam ser um projeto possível de ser concretizado.