Menina morre após inalar desodorante aerossol em desafio da internet

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Uma menina, identificada como Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, morreu após inalar desodorante aerossol. O caso ocorreu na cidade de Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco, no último domingo, 9. Segundo relatos de familiares, o ato foi motivado por um desafio viral da internet.
Após inalar o produto, menina foi socorrida e levada a um hospital da região, informou a Polícia Civil. No caminho, já inconsciente, sofreu uma parada cardiorrespiratória. A língua de Brenda Sophia estava coberta por um material esbranquiçado.
A equipe de saúde tentou reanimar a menina por cerca de 40 minutos, mas ela não resistiu e faleceu no hospital. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru, no Agreste, para perícia. A Polícia Civil investiga o caso, registrado como “morte a esclarecer”, enquanto aguarda os laudos médicos e necroscópicos.
Em nota, a Prefeitura de Bom Jardim expressou "profundo pesar" pela morte da menina. "Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, amigos, colegas e toda a comunidade escolar. Que Deus conceda força e conforto a todos que sofrem com essa irreparável perda", disse.
A Escola de Referência em Ensino Fundamental (Eref) 19 de Julho, unidade municipal em que a menina estudava, também lamentou o ocorrido. "Que sua memória permaneça viva em nossos corações. Nossos sentimentos à família", publicou o colégio.
Riscos
Formado por partículas sólidas e líquidas suspensas no ar após a liberação de um gás por spray, o aerossol pode causar sérios danos à saúde quando inalado, alertam especialistas.
Em entrevista ao g1, o médico Andrey Damasceno, responsável pelo atendimento da criança, afirmou que, por questões éticas, não pode comentar o caso específico de Brenda. No entanto, explicou que a substância atinge rapidamente os brônquios, prejudicando a oxigenação do organismo.
O aerossol tem partículas muito pequenas que, inaladas, rapidamente alcançam a via aérea. [...] Em grande quantidade, que provavelmente foi o que aconteceu, causa morte por asfixia. O oxigênio sanguíneo rapidamente cai, a acidez eleva-se, os sistemas entram em colapso, inclusive o cardíaco. Essa é a parada cardiorrespiratória", destacou o médico.
Damasceno também afirmou que a gravidade do caso vai depender da quantidade de aerossóis inalados e das condições de saúde do paciente. "Um paciente que tem algum tipo de pneumopatia, doenças respiratórias, asma, bronquite, vai ter uma reação muito mais rápida à presença da substância e vai evoluir com mais gravidade", acrescentou.


