Morre Bao Tong, um dos principais nomes do Partido Comunista Chinês
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O membro da cúpula do Partido Comunista Chinês, que se tornou dissidente e foi preso depois de defender os protestos estudantis na Praça da Paz Celestial em 1989, Bao Tong, faleceu na última quarta-feira, 9, aos 90 anos.
Sem especificar a causa da morte, o filho dele, BaoPu, anunciou no Twitter que ele "faleceu em paz, às 7h08, no dia 9 de novembro". Bao foi integrante do Comitê Central e secretário político do reformista Zhao Ziyang, líder do partido e, por tabela, do país de 1987 a 1989.
Zhao entrou em conflito com membros da linha dura do Partido Comunista Chinês devido à sua simpatia pelo movimento estudantil. Quando tal ala do PC triunfou, a liderança de Zhao foi destituída e Bao foi condenado a 7 anos de detenção.
Bao ficou até o fim da vida preso em sua casa, após sair do presídio. Ele foi um crítico dos líderes chineses e escreveu comentários e artigos na imprensa internacional, lutando pela reabilitação oficial de Zhao, que faleceu em 2005.
Peças-chave
Tanto Bao quanto Zhao foram peças-chave na condução de reformas políticas e econômicas na década de 1980. Bao era um candidato a integrar a cúpula do partido e principal órgão político do país, o Politburo, se não fosse a divergência acerca da repressão aos protestos.
Ao estar certo de que o país seguiu o caminho errado depois dos protestos da Praça da Paz Celestial, Bao assinou um manifesto que pedia reformas políticas e a proteção dos direitos humanos, a Carta 08, segundo a Folha de S. Paulo.