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Muhammad al-Durrah: o garoto que chocou o mundo ao ser morto na Faixa de Gaza
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Muhammad al-Durrah: o garoto que chocou o mundo ao ser morto na Faixa de Gaza

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Aventuras Na História
12/11/2022 19h00
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©Foto por Imad_J pelo Wikimedia Commons
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Até hoje, muito se comenta sobre a grande tensão existente entre os israelenses e os palestinos, e a confusão das divisas das duas regiões. No entanto, esse conflito não é recente, configurando num embate territorial histórico — ambas as nações abdicam o domínio sobre a região da Cisjordânia, na Faixa de Gaza — e de vários momentos.

Porém, de maneira geral, Israel — uma das maiores potências militares do mundo — sempre se saiu melhor na disputa territorial, por ter poderio bélico e capacitação de agentes superiores aos da Palestina — que possui, oficialmente, apenas armamento elementar.

Com isso, eventualmente ocorreu o movimento que hoje é conhecido como 'Intifada'. A 'Primeira Intifada' ocorreu em dezembro de 1987, e se compreendeu uma manifestação da popuação palestina contra a ocupação israelense nas regiões em que viviam.

Já em setembro de 2000, um movimento semelhante, a 'Segunda Intifada', aconteceu, sendo marcada pela retirada de israelenses do sul do Líbano. Porém, o conflito ainda foi violento e desigual, e por isso incontáveis palestinos morreram durante as manifestações — e até fora delas.

Um dos casos mais emblemáticos de morte de palestinos pelas mãos israelenses foi o de Muhammad al-Durrah, um jovem de 12 anos que foi morto na Faixa de Gaza durante protestos nos territórios palestinos contra a dominação militar israelense no período da Segunda Intifada. 

Trecho de vídeo que ficou famoso em que é possível ver o jovem Muhammad al-Durrah minutos antes de ser morto, sendo protegido por seu pai, Jamal al-Durrah
Trecho de vídeo que ficou famoso em que é possível ver o jovem Muhammad al-Durrah minutos antes de ser morto, sendo protegido por seu pai, Jamal al-Durrah / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube

Gravação

O caso da morte de Muhammad al-Durrah repercutiu muito na época em que ocorreu, porque quase aconteceu em frente à câmera de um operador de câmara francês. Em uma famosa gravação, que foi reprisada várias vezes pela televisão palestina, como informado pela BBC em texto de 2000, é possível ver o jovem de 12 anos sendo protegido por seu pai, minutos antes de ter sido assassinado pelos militares israelenses.

Nas imagens, é possível ver o pai do garoto, Jamal al-Durrah, acenando desesperadamente para que os soldados israelenses — que, naquele momento, nem mesmo estavam participando de manifestações, mas apenas voltando de uma feira de carros, de acordo com alguns familiares — e pedindo para que parassem de atirar, enquanto tentava proteger o filho.

Ao todo, o pai se esforçou durante cerca de 45 minutos, segundo a BBC, para tentar proteger o garoto. No entanto, ainda assim Muhammad foi atingido por quatro tiros, e caiu, morto, nos braços do pai — que ficou gravemente ferido. Além deles, dois motoristas de ambulância tentaram socorrê-los, mas um foi morto e outro também ferido.

Pai e filho desnorteados após explosão de bomba próxima
Pai e filho desnorteados após explosão de bomba próxima / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube

O pai do garoto alegou, depois, que seu filho morreu "pela mesquita de al-Aqsa", local sagrado em Jerusalém reivindicado também por judeus. Já a mãe, Amal, disse que seu filho "não morreu em vão". "Foi um sacrifício por nossa pátria, pela Palestina", finalizou, na época.

Investigação e repercussão

Na época, as autoridades israelenses realizaram uma investigação para descobrir se o menino havia sido, de fato, atingido por armas de Israel ou da própria Palestina. No entanto, testemunhas afirmavam que os palestinos envolvidos nas manifestações da ocasião estavam armados somente com pedras, e não armas.

Nas próprias imagens gravadas dos últimos momentos de vida de Muhammad, é possível observar que, não só o garoto e o pai estavam desarmados, como nem mesmo participavam das manifestações.

As imagens chocaram quem as assistiam na época, visto a brutalidade da cena. O jornal americano The New York Times divulgou inclusive que um jornalista israelense, quando viu a gravação, chegou a perder a voz de tanta emoção.

Com isso, o fim da vida de Muhammad al-Durrah se tornou não só uma tragédia das manifestações palestinas contra a dominação israelense, como também eternizou o jovem de 12 anos como um mártir, recebendo até mesmo algumas homenagens por apoiadores.

Pintura em parede, de um autor desconhecido, referenciando o caso de Muhammad al-Durrah
Pintura em parede, de um autor desconhecido, referenciando o caso de Muhammad al-Durrah / Crédito: Foto por Imad_J pelo Wikimedia Commons

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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