Negacionistas climáticos americanos se infiltram na política europeia
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Uma investigação do 'The Guardian' revelou que o Heartland Institute, um grupo dos EUA com ligações estreitas com a indústria de combustíveis fósseis, e o governo Trump, têm intensificado seus esforços para minar a ação climática na Europa.
Através de parcerias com políticos de extrema-direita em países como Áustria, Hungria e Polônia, o Heartland tem utilizado o Parlamento Europeu como plataforma para disseminar a desinformação sobre as mudanças climáticas e obstruir a legislação ambiental.
O relatório destaca como o Heartland tem explorado um crescente sentimento antiambiental na Europa, fornecendo aos políticos céticos em relação ao clima uma base científica falsa para suas posições.
O grupo tem se engajado em uma série de táticas, incluindo a organização de conferências, a realização de discursos no Parlamento Europeu e a assinatura de declarações conjuntas com sindicatos e partidos políticos que negam a gravidade da crise climática.
As revelações do Guardian levantam sérias preocupações sobre a influência de grupos de interesse externos na política climática europeia. Críticos argumentam que esses esforços representam uma ameaça direta à capacidade da Europa de cumprir seus objetivos climáticos e proteger o meio ambiente.
Preocupação
Utilizando plataformas como o Parlamento Europeu, o Heartland tem disseminado ativamente informações falsas e enganosas sobre as mudanças climáticas, com o objetivo de desacreditar a comunidade científica e confundir o público. Essa estratégia tem sido fundamental para minar a confiança nas políticas climáticas e criar um ambiente propício à inação.
Além disso, o Heartland Institute tem trabalhado ativamente para atrasar e enfraquecer a legislação climática na Europa, segundo o Guardian. Um exemplo claro disso é o seu envolvimento na oposição à lei de restauração da natureza, uma iniciativa crucial para proteger a biodiversidade e os ecossistemas.
O financiamento do Heartland Institute por grandes empresas de combustíveis fósseis, como a ExxonMobil, levanta sérias questões sobre a influência da indústria sobre a política climática. Essa relação financeira cria um conflito de interesses evidente, pois as empresas de combustíveis fósseis têm um interesse direto em manter o status quo e evitar políticas que possam prejudicar seus lucros.
Ligação com o governo
O Heartland Institute, um grupo conservador dos Estados Unidos, teve uma relação ideológica homologada com o governo de Donald Trump, especialmente em questões relacionadas à política ambiental, mudanças climáticas e regulamentações governamentais.
As principais conexões vieram do negacionismo climático, já que o grupo é conhecido por minimizar ou negar a influência humana nas mudanças climáticas. Essa postura foi consistente com a abordagem do governo, que retirou os EUA do Acordo de Paris e enfraqueceu várias regulamentações ambientais.
Outra conexão vem de nomeações e parcerias, já que alguns aliados e apoiadores do Heartland Institute foram nomeados para cargos estratégicas na administração Trump, especialmente em agências como a EPA (Agência de Proteção Ambiental).