O Retratro de Dorian Gray: por que o romance de Oscar Wilde foi censurado?

"O Retrato de Dorian Gray" é uma das obras mais icônicas da literatura clássica. O único romance de Oscar Wilde conta a história de Dorian Gray, que se encanta pelo mundo hedonista do aristocráta Henry Wotton, que sempre considerou a beleza e a sastisfação sexual como as únicas coisas que importam na vida.

Dorian, com o desejo de ser bonito e jovem para sempre, vende a sua alma e tem sua figura transformada em um retrato a óleo. Assim, ao longo dos anos, apenas a sua imagem envelheceria e desapareceria, mantendo a sua juventude para a eternidade.

Mas você sabia que a obra de Oscar Wilde foi censurada logo quando foi lançada? Isso aconteceu na sua primeira publicação, em 1988, quando foi publicado pela primeira vez na revista norte-americana Lippincott's Monthly Magazine. Sem a permissão ou conhecimento do autor, o editor da revista censurou a história, eliminando cerca de 500 palavras do manuscrito original e encurtando significantemente o conto.

Recepção

A obra foi criticada e recebida negativamente pelo público pelo cunho sexual de sua história. Contudo, isso não impediu Wilde de tentar novamente. Em 1891, Dorian Gray ganhou uma versão expandida com seis capítulos extras pela editora de livros Ward, Lock and Co. Infelizmente, essa nova versão também ganhou censuras pelo editor George Lock, que exigiu uma série de mudanças na história.

E naquela época, era comum na Inglaterra que processos sexuais fossem firmados por obscenidade. Assim, Wilde chegou a ser julgado por seu texto e condenado a prisão. Assim, sua obra parou de ser publicada no país por mais de 20 anos e o autor teve que passar 2 anos na prisão.

Vale lembrar que "O Retrato de Dorian Gray" também recebeu duras críticas e censura por abordar relações homossexuais em sua narrativa. Isso aconteceu em uma época em que a homossexualidade era um crime punido por lei.

Sem censuras

Se você está curioso para conhecer o texto original de Oscar Wilde, saiba que o livro ganhou uma versão comentada e sem censuras pela Darkside Books em 2021. A edição conta com notas do pesquisador Luiz Gasparelli Jr., especialista em Wilde, que se aprofundou no processo criativo do autor, nos seus dados biográficos e na experiência da leitura para enriquecer o livro.

Ela também conta com registros fotográficos do autor, duas resenhas da publicação original do romance, m texto de Gasparelli sobre os julgamentos que levaram Wilde à prisão em 1895, além de uma seleção de poemas e do conto "Caneta, Tinta e Veneno" do escritor, junto das ilustrações originais de Henry Keen para a publicação da história na revista Lippincott's.

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