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Oficina de fabricação de joias e cerâmicas de 7.700 anos é descoberta no Kuwait
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Oficina de fabricação de joias e cerâmicas de 7.700 anos é descoberta no Kuwait

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Aventuras Na História
25/11/2024 17h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16406000/original/open-uri20241125-17-1m2zocg?1732554992
©Divulgação/Conselho Nacional de Cultura, Artes e Letras do Kuwait
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Uma missão arqueológica recente no sítio Bahra 1 — o mais antigo e maior assentamento do período pré-histórico Ubaide (de entre 5.500 a.C. e 4.000 a.C.) —, no deserto de Subiya, no Kuwait, revelou uma série de novas evidências de uma oficina de joias e de produção de cerâmica com mais de 7 mil anos, onde conchas também eram transformadas em ornamentos.

Conforme repercutido pelo Archaeology News, foram encontradas no local várias peças de joias, bem com fragmentos de cerâmica datados de mais de 7.000 anos, em frente às antigas habitações do período Ubaide. Conforme descrito pelo Secretário-Geral Assistente do Setor de Antiguidades e Museus do Conselho Nacional de Cultura, Artes e Letras (NCCAL), Mohammed bin Reda, ao Archaeology News, os achados recentes são um testamento do papel do assentamento no desenvolvimento cultural e industrial inicial da região.

Vale mencionar que o sítio de Bahra 1, que remonta de 5.700 a.C., é foco de pesquisa arqueológica desde 2009, sendo a evidência mais antiga de ocupação humana já encontrada na Península Arábica. Além disso, ele também serve como um elo crucial entre as culturas da Mesopotâmia e do Golfo Pérsico.

Descobertas

Um dos achados mais impressionantes encontrados no local é uma pequena cabeça humana de argila, sendo esta a primeira do tipo já encontrada no Golfo Pérsico. Essa estatueta, descrita como possuindo um crânio retangular, olhos oblíquos e nariz achatado, é bastante semelhante a outras já encontradas referentes à cultura Ubaide, da Mesopotâmia, geralmente encontradas em contextos domésticos e de sepultamento.

Piotr Bielinski, professor e codiretor da missão arqueológica, feita em parceria entre a NCCAL, a Universidade do Kuwait e o Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia, observou que a estátua em questão e a oficina levantam questões convincentes sobre os papéis simbólicos e ritualísticos que tiveram na sociedade Ubaide.

Pequena cabeça humana de argila descoberta no Kuwait / Crédito: Divulgação/Conselho Nacional de Cultura, Artes e Letras do Kuwait

Além disso, no local também foram encontradas mais evidências de produção de cerâmica na área, com dois tipos diferentes descritos: cerâmicas importadas de Ubaide, e cerâmicas vermelhas mais grosseiras, consideradas locais. Em Bahra 1 também já foi encontrado um caso de argila não queimado, indicando que Bahra 1 também pode ter sido um dos primeiros sítios de produção de cerâmica do Golfo Pérsico, sendo o mais antigo conhecido.

Anna Smogórzewska, professora e supervisora das análises científicas dos achados, ressalta que as descobertas reforçam o desenvolvimento avançado do assentamento de Bahra 1, bem como seu papel crucial na troca regional de bens e cultura, de acordo com o The Arab Times.

Equipamentos modernos foram utilizados para determinar a origem dos materiais ali escavados, bem como estudar o ambiente antigo e investigar possíveis restos de plantas no local, a fim de reconstruir o estilo de vida e o contexto ecológico em que vivia a cultura Ubaide no norte do Kuwait.

"Essas descobertas em Bahra 1 iluminam as complexas redes culturais e econômicas do período Ubaide e destacam a importância dos primeiros assentamentos humanos na formação da história regional", conclui Mohammed bin Reda ao Archaeology News.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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