Ossos dentro de pingente medieval são revelados a partir de investigação com nêutrons
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Na Alemanha, liderada por especialistas do Centro Leibniz de Arqueologia (LEIZA), uma equipe interdisciplinar conseguiu resolver o mistério de um pingente de cobre banhado a ouro que foi encontrado em 2008 na parte antiga da cidade alemã de Mainz, em um poço de lixo medieval.
Segundo os pesquisadores, as análises revelaram dentro do objeto a presença de fragmentos ósseos minúsculos, que poderiam ser relíquias religiosas. O relicário fora submetido a séculos de corrosão que danificaram suas estruturas, principalmente a fechadura.
Os pesquisadores optaram, a fim de preservar o objeto, por usar tomografias para estudá-lo, assim como usar a análise de ativação de nêutrons gama-prompt (PGAA). Ao jornal da Universidade Técnica de Munique (TUM), o restaurador do LEIZA, Matthias Heinzel, explicou que “abrir o pingente significaria destruí-lo sem esperança de reparação”.
Os depósitos de corrosão foram retirados em um processo de 500 horas de restauração, e a metodologia não invasiva permitiu que cinco pacotes individuais feitos de linho e seda fossem identificados no interior do objeto, além de fragmento de cordão no laço de fixação.
Tecnologia científica
O conteúdo orgânico do pingente não era visível nas investigações iniciais. Entretanto, ao localizar os elementos individuais da amostra, os cientistas os fizeram emitir radiação gama usando a tecnologia de nêutrons. Logo, foi presumido que se tratava de um recipiente de armazenamento para relíquias religiosas da Idade Média, segundo a Galileu.
Os pesquisadores atribuem o exemplar a uma oficina em Hildesheim, na Baixa Saxônia, datado do século 12. Agora o objeto está sob posse da Direção Geral do Patrimônio Cultural, podendo ser visto na exibição medieval AVREA MAGONTIA - Mainz na Idade Média, na Direção Arqueológica do Estado de Mainz. Desse tipo, são conhecidos apenas outros 3 recipientes até o momento.