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Perseguido pela ditadura, Ziraldo foi preso três vezes e indenizado
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Perseguido pela ditadura, Ziraldo foi preso três vezes e indenizado

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Aventuras Na História
06/04/2024 23h50
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Os brasileiros se despedem de um ícone neste sábado, 6. Ziraldo, o pai do “Menino Maluquinho” faleceu aos 91 anos no Rio de Janeiro. De acordo com os familiares do escritor, ele faleceu enquanto dormia em sua residência.

Dono de um talento único, Ziraldo marcou não só a infância de muitas crianças brasileiras, como também sentiu na pele um dos momentos mais críticos de nossa história: a ditadura militar.

Engajado na luta contra a censura, Ziraldo bateu de frente com os militares através de charges e cartuns de cunho político, explica o Splash, do UOL. Assim, se tornou resistência ao regime militar

Em dezembro de 1968, um dia após a publicação do AI-5, decreto que endureceu ainda mais a ditadura, o escritor foi preso pela primeira vez.

Na mira da ditadura

Já em 1969, ele se uniu aos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral para fundar O Pasquim, periódico que pisava nos calos da ditadura. Novamente na mira dos militares pela publicação, acabou preso pela segunda vez em 1970. Também foi detido pela ditadura naquela época pela terceira vez.

Em 2007, durante entrevista à Folha de S. Paulo, Ziraldo refletiu sobre os tempos da ditadura.

“Ter podido atravessar os anos de chumbo fazendo O Pasquim foi uma dádiva. Morríamos de medo, mas fazíamos de tudo”, disse ele durante a entrevista.

A reparação pela perseguição durante os anos de chumbo veio em 2008. Naquele ano, o pai do Menino Maluquinho recebeu uma indenização do Estado avaliada em R$ 1 milhão. Também foi reparado com uma pensão vitalícia de R$ 4 mil, explica a BBC. Outros 20 jornalistas também foram anistiados.

Não suficiente a repressão que viveu durante a ditadura, Ziraldo foi alvo de críticas quando recebeu a indenização do Estado. Durante a entrevista, ele destacou o seu papel durante o período de censura e tortura.

“Eu quero que morra quem está me criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o [João] Figueiredo [último presidente da ditadura] e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery [do Couto e Silva, um dos idealizadores do golpe com atuação firme no regime]. Então, qualquer crítica que se fizer em relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando”, afirmou ele.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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