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Primeiros europeus comemoravam vitória na guerra comendo cérebros de seus inimigos
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Primeiros europeus comemoravam vitória na guerra comendo cérebros de seus inimigos

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Aventuras Na História
10/02/2025 13h30
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16459542/original/open-uri20250210-19-1fn09lj?1739194779
©Antonio Rodríguez-Hidalgo/IAM
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Durante uma série de escavações na caverna polonesa de Maszycka, perto de Cracóvia, realizadas ao longo dos séculos 19 e 20 até a década de 1960, pesquisadores retiraram ossos que ajudaram a revelar mais sobre as práticas mortuárias e rituais dos caçadores-coletores magdalenianos. 

Afinal, segundo estudo recente publicado na revista Scientific Reports, os fósseis encontrados sugerem que os primeiros europeus praticavam canibalismo, às vezes até mesmo comendo o cérebro dos seus inimigos, durante os períodos de guerra, há 18 mil anos. 

Entrada para a caverna Maszycka - Darek Bobak

Pesquisas anteriores apontavam que as sociedades humanas antigas recorriam ao canibalismo para fins ritualísticos ou devido a condições de fome. 

Os ossos

Quando os ossos foram encontrados, durante as escavações, os pesquisadores já notaram que a maioria deles estavam estilhaçados. No entanto, não sabiam se eram de origem humana. 

A revelação só ocorreu recentemente, após analisarem marcas de corte em 53 ossos usando técnicas de microscopia 3D; o que auxiliou os cientistas a confirmarem a "exploração nutricional dos corpos".

A análise confirmou que os corpos foram processados logo após a morte dos indivíduos, sem que tivesse tempo para entrarem em decomposição. Os pesquisadores ainda apontam que muitas das marcas encontradas nos ossos são semelhantes às encontradas em animais que foram cortados e consumidos. 

Além disso, alguns dos ossos fósseis parecem ter sido quebrados para que fosse removido a medula; rica em nutrientes para consumo. Marcas de corte nos crânios apontam para a remoção do couro cabeludo e da carne para acessar o cérebro, um órgão rico em nutrientes. 

Essa manipulação sistemática sugere um consumo abrangente dos restos mortais, priorizando as partes mais nutritivas", dizem os pesquisadores, repercute o The Independent.
Marcas de corte e golpes nos restos ósseos - Antonio Rodríguez-Hidalgo/IAM

"A localização e a frequência das marcas de corte e fraturas intencionais no esqueleto mostram claramente uma exploração nutricional dos corpos, descartando a hipótese de um tratamento funerário sem consumo", explica o coautor do estudo, Francesc Marginedas, da Universidade de Rovira i Virgili.

Um ponto curioso é que os ossos humanos foram encontrados misturado aos de animais, o que sugerem que eles foram consumidos juntos. Os ossos foram datados aproximadamente do mesmo período, o que leva os pesquisadores a suspeitarem que homens e animais foram mortos no mesmo evento. Provavelmente durante uma guerra. 

O canibalismo é um comportamento documentado em vários momentos da evolução humana. Em contextos pré-históricos, ele poderia responder tanto a necessidades de sobrevivência quanto a práticas rituais ou mesmo a dinâmicas de violência intergrupal", disse Palmira Saladié, outra autora do estudo.

Uma expansão demográfica após o Último Máximo Glacial, há cerca de 20.000 anos, pode ter intensificado a competição por recursos, levando a confrontos entre diferentes comunidades humanas primitivas, dizem os pesquisadores. Eles suspeitam que tal conflito, em alguns casos, pode ter levado ao canibalismo de guerra.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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