Príncipe Andrew convidou suposto espião chinês ao Palácio de Buckingham
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Uma das figura mais polêmicas da Família Real Britânica, o príncipe Andrew novamente voltou a chamar atenção, mas dessa vez não por acusações de abuso sexual, como anteriormente. Em vez disso, relatos de pessoas próximas à realeza pontuaram que o Duque de York teria convidado um empresário acusado de ser um espião chinês ao Palácio de Buckingham, principal residência da monarquia, e outros endereços reais.
O suposto espião chinês — conhecido publicamente apenas como H6 — foi banido da Grã-Bretanha pelo governo, por questões de segurança nacional. Ainda assim, as alegações indicam que ele chegou a visitar o Palácio de Buckingham duas vezes, além de entrar no Palácio de St. James e no Castelo de Windsor a convite de Andrew, conforme informado pelo Times.
Na última sexta-feira, 13, o duque de York informou que cessou "todo contato" com o empresário, depois que as preocupações em torno do homem foram levantadas pela primeira vez, em março do ano passado. Em declaração, o gabinete de Andrew informou que o irmão de Charles conheceu o suposto espião através de "canais oficiais", e que "nada de natureza sensível" foi discutido entre eles.
O empresário chinês foi alvo de um caso da Comissão Especial de Apelações de Imigração (SIAC) em março de 2023, depois que a então secretária do Interior, Suella Braverman, determinou que ele deveria ser excluído do Reino Unido. Em julho do mesmo ano, juízes foram informados de que o homem estava em posição de gerar relacionamentos entre figuras importantes do Reino Unido e altos funcionários chineses, que "poderiam ser alavancados para fins de interferência política".
Ao programa Today, da BBC Radio 4, a professora de relações EUA-Ásia da Escola Kennedy de Harvard e especialista em política chinesa, Rana Mitter, informou que parte da estratégia de espionagem adotada pela China consiste em buscar principalmente pessoas que podem ser "influentes ao longo do tempo", mas que estejam "um pouco deprimidas".
Não é tanto sobre espionagem no sentido de tentar descobrir segredos, mas sim sobre tentar influenciar", explica ao Today. "Conhecer as elites de países como a Grã-Bretanha é uma tarefa útil, não para conhecimento imediato, mas talvez para desenvolvimento de longo prazo de vínculos na sociedade. Parece que é isso que está acontecendo aqui".
A professora ainda acrescenta que "uma das coisas que acontecem com bastante frequência é procurar quem pode ser influente ao longo do tempo, mas talvez esteja em uma situação um pouco ruim, um pouco estagnado. Um dos melhores exemplos de uma geração atrás teria sido o do presidente Richard Nixon – depois que ele teve que renunciar em desgraça por causa do caso Watergate, ele foi frequentemente convidado para a China".
As revelações sobre a possível relação entre Andrew e o suposto espião surgiram depois que a realeza tomou novas medidas para se distanciar do duque, inclusive com o rei Charles III determinando que sua "mesada de subsistência" anual de 1 milhão de libras esterlinas fosse cortada, bem como a segurança fornecida pela realeza à casa de Andrew.
Escândalos financeiros
Autor de uma biografia sobre Andrew e sua esposa, Sarah Ferguson, que ainda está sendo produzida, Andrew Lownie afirmou ao The Guardian que as últimas notícias envolvendo o duque de York impactam em toda a Família Real Britânica e no futuro da monarquia. "Os verdadeiros escândalos que o cercam são mais financeiros do que sexuais", opina.
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"Considerando que ele não consegue policiar suas próprias atividades e entender onde estão os limites morais, é hora de um exame adequado de suas finanças e de um registro público dos interesses reais. A julgar pelos comentários online e artigos de jornais, este episódio é altamente prejudicial para toda a família real, cujas finanças e atividades comerciais agora deveriam ser mais transparentes", acrescenta Lownie.