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Raro afresco descoberto em Pompeia retrata rituais e cultos misteriosos
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Raro afresco descoberto em Pompeia retrata rituais e cultos misteriosos

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Aventuras Na História
27/02/2025 16h36
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©Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
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Em Pompeia, arqueólogos descobriram um novo afresco bastante impressionante, que lança luz sobre antigos cultos dionisíacos misteriosos. A pintura, datada do primeiro século a.C., foi descoberta em um salão de banquetes da Casa de Thiasus, na Região IX de Pompeia, e se destaca com uma das descobertas mais importantes feitas no sítio arqueológico em mais de um século.

O afresco, de um tipo conhecido como "megalographia", é pintado quase em proporções reais, e cobre três paredes do salão de banquetes, ao passo que a quarta parede se abre para um jardim.

Afresco e salão descobertos em Pompeia / Crédito: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

Na pintura, vê-se uma procissão para o deus Dionísio, que inclui mênades (seguidoras femininas da divindade, retratadas tanto como dançarinas quanto caçadoras) carregando cabras abatidas e brandindo espadas, e sátiros (criaturas metade cabra, metade humano) tocando música e realizando sacrifícios rituais de vinho.

No centro da cena, há um idoso Silenus, um companheiro de Dionísio, segurando uma tocha e de pé, ao lado de uma jovem mulher, provavelmente uma iniciada passando por um ritual secreto. O afresco reforça a associação de Dionísio a rituais de transformação e renascimento, conceitos centrais de seu culto.

Afresco dionisíaco descoberto recentemente em Pompeia / Crédito: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

A pintura utiliza-se principalmente de tons vermelhos vívidos, sendo prova da antiga tradição romana de adoração dionisíaca. Essas tradições, por sua vez, tinham raízes em cultos gregos ainda mais antigos e misteriosos, que quase desapareceram com o tempo e prometiam a seus membros uma experiência mística e transformadora, de ressurreição espiritual.

Também há uma série de cenas de caça, incluindo um javali eviscerado, um cervo e vários pássaros e peixes, o que sugere uma possível conexão entre esses rituais de iniciação com a busca por caça selvagem. Isso, por sua vez, fortalece o tema de transformação e de todo o caos relativo à experiência dionisíaca.

Parte do afresco descoberto recentemente em Pompeia / Crédito: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

Segundo o Archaeology News, o afresco já existia há mais de um século quando aconteceu a erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C., enterrando toda a cidade de Pompeia sob cinzas e pedras-pome.

Descoberta importante

Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, informa em comunicado no Facebook que os afrescos retratam inclusive o contraste entre a mulher controlada e domesticada, e a bacante selvagem e indomável. Com isso, é evidenciada a dicotomia religiosa e social da antiga sociedade romana.

Agora, o afresco já está acessível ao público, sendo parte de visitar guiadas em Pompeia. A Região IX do sítio arqueológico começou a ser escavada em fevereiro de 2023, e já revelou uma série de achados relevantes sobre os antigos habitantes da cidade romana, como casas de átrio que, eventualmente, foram transformadas em oficinas, uma fullonica (lavanderia) e uma padaria com espaços para moagem e preparação de alimentos.

Já na Casa de Thiasus, além do salão de banquetes dionisíaco, também foram encontradas salas únicas, incluindo uma sala de recepção com cenas da Guerra de Troia, um santuário mostrando as quatro estações do ano com alegorias agrícolas, e até um grande complexo de banhos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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