Restos de vítimas de naufrágio são descobertos por arqueólogos após quase 400 anos
Aventuras Na História
Em 1629, se deu o naufrágio do navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais, chamado Batávia, que ocorreu perto das ilhas do Oceano Índico. Contudo, foi somente quase 20 anos depois, em 1647, que o caso se tornou conhecido.
O responsável por isso foi Jan Jansz, que publicou os diários de um homem chamado Francisco Pelsaert — que era um dos comandantes da embarcação. Seus diários de bordo tiveram nove edições impressas, sendo a última publicada em 1664.
O destino da embarcação naufragada era Jacarta, na Indonésia, e cerca de 340 pessoas estavam a bordo. A tragédia marítima é considerada hoje como um dos desastres mais famosos da história da Austrália.
Foi justamente em Jacarta que a maioria dos corpos foram encontrados, principalmente por ser o território mais próxima do naufrágio, que fica localizada a 1,8 quilômetros ao sul da Ilha de Beacon.
Descobertas históricas
Uma equipe de pesquisa internacional realizou um trabalho arqueológico entre 2014 e 2019, com o estudo resultante dos esforços científicos tendo sido publicado no Historical Archaeology, sendo liderada por arqueólogos da Universidade da Austrália Ocidental e do Museu da Austrália Ocidental. Ele reavaliou os locais relacionados ao naufrágio do navio Batávia, fazendo um achado surpreendente.
De acordo com a Galileu, foram descobertos os restos mortais de 12 vítimas enterradas em valas coletivas e individuais, assim como evidências de uma luta feroz entre sobreviventes e um grupo de amotinados. O exame desses restos humanos podem revelar informações acerca das práticas de tratamento e enterro das vítimas.
As sepulturas foram achadas na parte central da Ilha Beacon, e os túmulos sugerem um cemitério em funcionamento, que podem conter vítimas que faleceram dias após a embarcação afundar. O autor e professor Alistair Paterson, da Escola de Ciências Sociais da UWA e do Oceans Institute da Austrália, disse em nota que:
Além das descobertas subaquáticas, o que descobrimos em terra contribuiu para nossa compreensão das respostas comportamentais dos sobreviventes, incluindo seu movimento inicial do naufrágio para as ilhas próximas, as lutas que enfrentaram e a mudança na dinâmica de poder entre amotinados e sobreviventes".