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Serguei Aleshkov: O soldado de seis anos que participou da Segunda Guerra
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Serguei Aleshkov: O soldado de seis anos que participou da Segunda Guerra

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Aventuras Na História
09/07/2023 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15648100/original/open-uri20230709-18-q4btue?1688932978
©Reprodução/Arquivo/RBTH
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Um dos maiores tipos de crise que a humanidade pode experienciar, é uma guerra envolvendo diferentes nações. Um grande e catastrófico evento na história recente foi, por exemplo, a Segunda Guerra Mundial, que levou à morte milhões de pessoas, entre civis e soldados (de diferentes países), sem mencionar o grande número de famílias destruídas e órfãos deixados.

E em meio aos horrores da Segunda Guerra, que afetou pessoas de várias nacionalidades, gêneros e idades, muitos precisaram pegar em armas e agir para, pelo menos, tentar defender-se de um cruel ataque dos nazistas. O período histórico foi tão brutal, que até mesmo um pequeno garoto de seis anos conquistou fama em um regimento do Exército Vermelho na Frente Oriental.

Serguei Aleshkov, militar soviético de seis anos que atuou na Segunda Guerra / Crédito: Reprodução/Arquivo/RBTH

Serguei Aleshkov

Era verão de 1942, já no terceiro ano da chamada Segunda Guerra Mundial, quando o pequeno Serguei Aleshkov, um garoto de somente seis anos que vivia na vila de Grin, na região de Kaluga, ficou órfão. Seu pai faleceu ainda antes da explosão do conflito, e sua mãe e irmão foram executados por soldados alemães bem na frente do menino, por se vincularem a guerrilheiros locais.

Uma vez sem ninguém a quem recorrer, Aleshkov começou a vagar sem rumo pela floresta até que, eventualmente — ainda em estado de choque, além de magro e com fome —, foi encontrado por militares soviéticos do 142º Regimento de Fuzileiros de Guardas.

Após seu resgate, informou aos soldados que seu nome era Aleshkin — posteriormente que foi descoberto que o certo seria Aleshkov —, e estes decidiram por mantê-lo no regimento. Rapidamente o garoto conquistou a todos, e foi adotado oficialmente pelo comandante daquele batalhão, Mikhail Vorobiov.

Herói mirim

Apesar da idade, Serguei Aleshkov não ficava parado em meio aos militares, e gostava de se sentir útil para aqueles que o salvaram. A ele, era comum incumbirem funções como entregar jornais e cartas a outras subunidades, além de ser aquele que transportava informações entre o batalhão e o quartel-general. 

Porém, durante suas rondas de rotina, certo dia o pequeno militar encontrou observadores alemães escondidos em um monte de palha. Alertando os soviéticos sobre essa informação, rapidamente estes foram neutralizados, de maneira que, assim, ele conseguiu salvar seu batalhão.

Porém, seus feitos não acabariam por aí: em novembro de 1942, o regimento do qual fazia parte foi transferido para Stalingrado, onde sofreu com um bombardeio de artilharia. Na ocasião, seu pai adotivo, o comandante Mikhail Vorobiov, foi atingido e ficou soterrado nos destroços de um abrigo. Aleshkov até tentou desenterrá-lo por conta própria, mas sem êxito; ainda assim, o militar foi salvo depois que o garoto buscou ajuda, e com isso obteve uma medalha de Mérito em Combate.

Brincadeira fatal

Porém, é impossível esquecer o contexto em que todos esses acontecimentos se deram: a Segunda Guerra Mundial, um dos conflitos mais mortais da história humana. No desenrolar dos acontecimentos, Aleshkov ainda quase morreu em outras ocasiões, como quando quase se afogou ao atravessar o rio Severni Donets, ou então quando o veículo em que viajava certa vez foi atingido por uma mina.

Outro momento que quase custou-lhe a vida, ainda, foi quando os soldados do regimento deram-lhe, em uma brincadeira, um uniforme de tenente em seu tamanho, sendo chamado de "tenente júnior" pelos colegas. No entanto, as alças brilhantes do traje chamou atenção de pilotos nazistas, que dispararam contra ele e atingiram, felizmente, somente seu calcanhar.

Serguei Aleshkov com seu uniforme de tenente
Serguei Aleshkov com seu uniforme de tenente / Crédito: Reprodução/Arquivo/RBTH

Sua atuação militar, por fim, viria a terminar somente na Polônia, quando o general Vassíli Tchuikov — comandante do 62º Exército, onde Aleshkov servia — ordenou-lhe que fosse mandado à escola militar Suvorov. Na ocasião, o militar mirim ganhou uma pistola Browning como troféu de seu comandante.

Porém, sua carreira militar não teve tanto sucesso quanto se esperaria de alguém que foi um uma figura na guerra aos seis anos de idade, visto que começou a fumar muito jovem e, por isso, enfrentou problemas de saúde. Eventualmente, formou-se em Direito, e viveu nos Urais pelo resto de sua vida, até que morreu em 1990, aos 54 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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