Sobrevivente do Holocausto, Chernobyl e pandemia morre após ser atropelada em NY
Aventuras Na História
No último dia 12, uma idosa de 95 anos, Mayya Gil, que enfrentou os horrores do Holocausto, o desastre de Chernobyl e a pandemia de COVID-19, perdeu a vida tragicamente ao ser atropelada por um veículo enquanto atravessava a rua em frente à sua residência no bairro de Bensonhurst, Brooklyn.
O incidente ocorreu por volta das 12h40, quando Gil caminhava pela Cropsey Avenue acompanhada de sua cuidadora. De acordo com informações fornecidas pelo Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), um furgão que fazia uma conversão à esquerda colidiu com as duas.
A cuidadora foi levada ao hospital e se encontra em estado estável, enquanto Mayya Gil não resistiu aos ferimentos e faleceu. O motorista envolvido no acidente não foi detido nem acusado de qualquer crime, repercute o NY Post.
Mayya Gil
Natural de Khmelnytskyi, na Ucrânia Ocidental, Gil havia se mudado para Kyiv com sua mãe e irmão aos 12 anos, em busca de escapar da invasão nazista, conforme relato publicado pelo New York Times em 2020. Em Kyiv, ela conheceu seu marido Vilyam e juntos tiveram filhas gêmeas enquanto viviam sob o regime soviético.
Com o devastador acidente nuclear de Chernobyl em 1986, uma das filhas de Gil decidiu se mudar para Nova York. Seis anos depois, o restante da família seguiu para os Estados Unidos, estabelecendo-se rapidamente em Bensonhurst.
Larisa, a filha que liderou a imigração da família para os EUA, faleceu em 2013 aos 58 anos após uma batalha contra câncer pancreático em estágio avançado. Inicialmente, a família enfrentou dificuldades financeiras para arcar com um local para sepultamento e contou com o apoio do "Neediest Case Fund" do New York Times para garantir que Larisa tivesse um descanso digno.
O esposo de Gil, Vilyam, também faleceu em 2020 após contrair COVID-19 durante o auge da pandemia. Apesar das adversidades enfrentadas ao longo da vida, Gil era conhecida por sua resiliência e seu forte vínculo com a família e a comunidade local. Ela era uma participante ativa do Centro Comunitário Judaico do bairro, conforme relatado por sua filha Irina Lizunova ao site Gothamist.
"Todos a conhecem. Ela era uma mulher muito ativa", afirmou Lizunova. A neta de Gil, Natasha Famighetti, também destacou as qualidades da avó: "Ela foi a pessoa mais gentil e generosa que já conheci. Nada a deixava mais feliz do que estar perto da família."