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Sobreviventes de Auschwitz pedem para mundo não se esquecer do horror nazista
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Sobreviventes de Auschwitz pedem para mundo não se esquecer do horror nazista

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Aventuras Na História
28/01/2025 14h47
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©Getty Images
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Nesta segunda-feira, 27, ocorreu no antigo campo de concentração nazista de Auschwitz um evento em memória aos 80 anos da libertação do local pelos soviéticos. Na ocasião, 50 sobreviventes compareceram, e alguns deles se pronunciaram publicamente, mencionando o cenário global que vivemos hoje e pedindo para que o mundo não se esqueça do horror vivido pelos judeus durante a Segunda Guerra.

O jornalista polonês Marian Turski foi o primeiro sobrevivente a discursar, dizendo que o antissemitismo é uma preocupação ainda viva, em especial após os conflitos entre Israel e Hamas que começaram em 2023 e, só agora, caminha para seu encerramento.

"Não se deve ter medo de forma alguma. Vemos no mundo contemporâneo um enorme aumento do antissemitismo. Foi exatamente esse antissemitismo que levou ao Holocausto", afirmou Turski. "Não tenhamos medo de nos opor às teorias da conspiração, que dizem que todo o mal deste mundo resulta de um complô iniciado por alguns grupos sociais indefinidos. Os judeus são frequentemente mencionados como um deles".

A escritora Tova Friedman, que tinha apenas 6 anos quando os soviéticos chegaram a Auschwitz, discursou logo em seguida: "oitenta anos após a libertação, o mundo está novamente em crise. Nossos valores judaico-cristãos foram ofuscados em todo o mundo por preconceito, medo, suspeita e extremismo".

Tenho memórias vívidas daquele tempo, porque minha mãe nunca deixou que eu as esquecesse", acrescentou, sugerindo que esse exercício também seja feito pelas gerações mais novas que veem os conflitos atuais.
Tova Friedman durante o evento / Crédito: Getty Images

 

Políticos presentes

Vale destacar que, embora muitos políticos comparecessem ao evento, nenhum deles teve espaço para falar, sendo a ocasião especial para os sobreviventes do Holocausto. No entanto, questões políticas contemporâneas foram inevitáveis nas falas, conforme repercute a Folha de S. Paulo.

Entre aqueles que mencionaram eventos atuais, está o médico polonês Leon Weintraub, que pediu para que os jovens "sejam sensíveis a todas as expressões de intolerância e ressentimento contra quem é diferente". Um detalhe sobre a vida de Weintraub é que ele migrou para a Suécia na década de 1960, dessa vez para fugir do autoritarismo soviético; e no evento, alertou para a ascensão da extrema-direita em várias regiões da Europa.

Vale mencionar ainda que a pátria de origem de Weintraub, a Polônia, é um destes países que vem passando por uma forte guinada autoritária. Andrzej Duda, presidente da Polônia e um grande responsável por esse momento, inclusive, estava presente no evento de Auschwitz.

Essa ideologia que proclama a historilidade e o ódio contra os outros, vê o racismo, o antissemitismo e a homofobia como virtudes", continuou Weintraub. "Isso está ocorrendo aqui em nosso país, que sofreu tanto com os danos causados pela ocupação nazista".
Leon Weintraub durante o evento / Crédito: Getty Images

 

Quem discursou em nome dos patrocinadores do Museu Auschwitz-Birkenau foi o atual presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder, que mencionou o ataque inicial do Hamas a Israel: "o que aconteceu em Israel no dia 7 de outubro [de 2023] e o que aconteceu aqui em Auschwitz têm um traço em comum: o antigo ódio aos judeus. Hoje, há manifestações contra os judeus. Hoje, vemos comentários vis em redes sociais. Eu lembro então que não estamos em 1933 ou 1939. Estamos em 2025".

Por fim, quem falou foi o diretor do Museu Auschwitz-Birkenau, Piotr Cywiński: "a memória dói. A memória ajuda. A memória guia. A memória alerta. A memória aumenta a conscientização. A memória obriga. Sem memória, você não tem história. Se você não tiver memória, talvez não saiba qual caminho escolher. E se realmente não tiver memória, tenha certeza: seus inimigos criarão uma para você".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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