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Soldado romano enterrado com adaga nas costas é descoberto na Espanha
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Soldado romano enterrado com adaga nas costas é descoberto na Espanha

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Aventuras Na História
12/02/2025 15h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16461286/original/open-uri20250212-17-1ogzkf3?1739372870
©Divulgação/Tera SL
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Recentemente, arqueólogos descobriram durante escavações de uma fortaleza de 4.900 anos em Almendralejo, no sudoeste da Espanha, um sepultamento bastante curioso. Isso porque ali estava os restos mortais do que aparentemente foi um soldado romano, posicionado de bruços e com uma adaga colocada em suas costas.

Segundo os pesquisadores, o indivíduo ali enterrado tinha entre 25 e 35 anos no momento de sua morte. Porém, o mais curioso do achado foi a adaga romana (chama de pugio), que estava em bom estado de conservação. Datada do fim do século 1 a.C., ela ainda preservava inclusive sua bainha original.

Com base em adagas descobertas anteriormente em toda a Hispânia pré-romana, a adaga serve como um marcador cronológico importante no enterro. Segundo a Revista Galileu, os pesquisadores acreditam que as adagas, que eram apreciadas como troféus de guerra, possivelmente eram copiadas e recebiam um toque estilístico romano.

A colocação deliberada do pugio no enterro é uma forma de sinalizar a posição social do enterrado e sua pertença ao exército", comenta o diretor da escavação, César Pérez, ao El País. "Este achado atípico sugere que o soldado pode ter recebido um enterro desonroso — uma ocorrência incomum que levanta questões sobre as circunstâncias que cercam sua morte".

Após a descoberta, a adaga foi recuperada, analisada e protegida, a fim de evitar maiores deteriorações com o tempo.

Adaga romana descoberta na Espanha / Crédito: Divulgação/Tera SL

Sobre o indivíduo ali enterrado, por sua vez, um fato que chamou atenção dos especialistas foi que aquele homem havia sido enterrado sem os pés, que foram aparentemente cortados. No entanto, os arqueólogos ainda não podem afirmar com certeza se isso foi uma prática ritualística comum da época, ou se foi feito antes ou depois da morte.

A princípio, inclusive, foi até mesmo levantada a questão de se o indivíduo realmente era um soldado, ou apenas um civil que detinha aquela adaga. Porém, quando consideraram a hipótese militar, foi sugerido que ele pode ter sido membro da Legio VII Gemina, a única legião que ficava na antiga Hispânia, durante o Império Romano.

Segundo o Ancient Origins, esse agrupamento formou-se em 74 d.C., com sede em Legio — onde hoje é a cidade de León, na Espanha —, e tinha a peculiaridade de, em vez de envolver-se em campanhas militares contínuas, era designada especialmente para tarefas de escolta, segurança rodoviária ou proteção regional.

Agora, os pesquisadores trabalham na extração de DNA de um dos dentes do suposto soldado, a fim de, se possível, descobrir mais sobre suas verdadeiras origens, ou mesmo se ele pode ser vinculado a alguma cultura própria específica, tendo em vista o enterro aparentemente ritualístico.

Outras descobertas

Além do enterro inusitado, vale destacar também o local em que a descoberta ocorreu, uma antiga fortaleza da Idade do Cobre chamada Cortijo Lobato. Datada de quase 3.000 a.C., esta é uma das mais antigas estruturas de defesa posicionadas no topo de uma colina conhecidas da região.

Conforme descrito pelos estudiosos, a fortaleza se situa a 314 metros acima do nível do mar, sendo estrategicamente projetada com três muros de pedra concêntricos, 25 bastiões e três valas defensivas. O suposto soldado encontrado, inclusive, estava enterrado ao lado da segunda dessas valas.

Já dentro da fortaleza, foram encontrados diversos artefatos, incluindo pontas de flechas, ídolos de pedra, machados, ferramentas de moagem, pratos, tigelas e componentes de tear. Além disso, evidências de um reservatório de água e cabines sugerem que o local era preparado para proteger seus habitantes durante cercos prolongados — o que inclusive pode ter sido motivo para o abandono do local.

Pontas de flecha descobertas em fortaleza na Espanha / Crédito: Divulgação/Tera SL

O destaque às pontas de flecha, inclusive, reforça a hipótese de que ocorreu um cerco violento no assentamento, que culminou em sua queda. Historiadores apontam que Cortijo Lobato foi abandonado por volta de 2.450 a.C..

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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