Suzane von Richthofen: como foi desvendado o crime que chocou o Brasil?
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Duas décadas depois, o brutal assassinato do casal Marísia e Manfred Von Richthofen, um dos casos mais impactantes da história criminal brasileira, ainda chama atenção.
Em 2002, o crime chocou o país pela frieza e planejamento meticuloso. Suzane von Richthofen orquestrou o assassinato dos próprios pais, facilitando a entrada dos irmãos Cravinhos na residência da família. Eles atacaram Manfred e Marísia enquanto dormiam, usando porretes para desferir golpes fatais. Posteriormente, os três tentaram encobrir o crime simulando um roubo.
A polícia rapidamente identificou inconsistências na cena do crime e no comportamento dos envolvidos. A investigação avançou celeremente, e em apenas uma semana, Cristian Cravinhos confessou sua participação ao então delegado da Polícia Civil de São Paulo, José Masi. Essa admissão precipitou as confissões de Suzane e Daniel.
Sem luto e compra suspeita
Masi, ao Estadão, alegou que Suzane não mostrou sinais de luto ou arrependimento durante a investigação. Em uma atitude surpreendente, ela organizou uma festa na casa dos pais poucos dias após o crime. Esse comportamento insensível foi uma das várias pistas que levaram à convicção de sua culpabilidade.
Dentro da casa, o cenário também chamou atenção das autoridades: tudo parecia muito arrumado para um crime tão bárbaro motivado por um suposto roubo. A maneira como os irmãos Cravinhos e Suzane interagiam também chamou atenção.
Cristian foi pressionado pela descoberta de uma compra suspeita: ele adquiriu uma motocicleta por 3.600 dólares, valor proveniente de dinheiro roubado da casa dos Von Richthofen. Tentou assumir toda a culpa inicialmente, mas Daniel logo também confessou. Suzane resistiu por mais tempo, exibindo indignação e tentando manter sua inocência até finalmente admitir seu envolvimento.
A motivação do crime foi atribuída à desaprovação veemente dos pais de Suzane ao seu relacionamento com Daniel Cravinhos. Manfred Von Richthofen chegou a usar força física contra a filha e ameaçou deserdá-la caso continuasse o namoro. Esse conflito familiar escalou até resultar no trágico desfecho.
Condenações
Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, pena semelhante à de Daniel Cravinhos. Cristian recebeu uma sentença de 38 anos e seis meses. Devido à natureza parricida do crime, Suzane perdeu o direito à herança da família.
Atualmente, Suzane deixou a prisão em janeiro do ano passado para cumprir o restante da pena em liberdade condicional e iniciou um pequeno negócio em Angatuba, interior paulista. Ela é casa e teve um filho.
Daniel, hoje, se encontra no regime aberto. Já Cristian Cravinhos voltou à prisão após ser condenado por tentativa de suborno a policiais durante uma briga em um bar.