COP 30: Governo anuncia plano para adaptar o SUS às mudanças climáticas
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Na última quinta-feira (13), durante a COP 30, o Governo Federal anunciou um plano com medidas para adaptar o Sistema Único de Saúde (SUS) às mudanças climáticas. O objetivo das autoridades é investir em modernização, capacitação e infraestrutura que preparem as instituições para os efeitos do fenômeno.
“A conferência nos coloca diante de um dilema: permanecer nos discursos e promessas ou transformar compromisso político em ação concreta. A resposta do Brasil é clara: é tempo de passar da reflexão para a ação e enfrentarmos juntos os desafios entrelaçados entre clima e saúde”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comunicado.
Estratégias do plano apresentado na COP 30
De acordo com a autoridade, o novo cenário mundial afeta principalmente as populações mais vulneráveis, que sofrem com enchentes, calor extremo e surtos de doenças. Como resultado, esses acontecimentos também fragilizam as unidades de assistência médica. Padilha citou, por exemplo, o tornado do último sábado (8), que danificou instituições, interrompeu consultas e dificultou o acesso a medicamentos.
Por isso, conforme esclareceu, o governo brasileiro pretende direcionar esforços para a integração entre vigilância em saúde e dados climáticos, a fim de acelerar soluções. Além disso, busca fortalecer a infraestrutura do SUS, adotando padrões construtivos capazes de resistir a eventos extremos. Outra medida é a implementação do tema da saúde climática nos cursos de graduação, bem como o incentivo à produção tecnológica para ampliar a autonomia nacional em vacinas e fármacos.
Haverá ainda estímulo à pesquisa na Amazônia, com a criação do Centro Nacional de Competência em Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), em parceria com a Embrapii. Segundo Padilha, o projeto, que terá foco no estudo da biodiversidade local, deverá gerar conhecimento, renda e desenvolvimento para a população da região. Com foco na adaptação às mudanças climáticas, o país também trabalhou no Plano de Ação em Saúde de Belém (PASB), que apresenta estratégias para fortalecer sistemas de saúde internacionais. O documento já conta com o apoio de nações como França, Reino Unido e Japão.
“A crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde pública. A época dos avisos acabou; agora vivemos a época das consequências. O clima já mudou, e não temos alternativa a não ser adotar políticas públicas para enfrentar e nos adaptar às mudanças climáticas”, concluiu o ministro.
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