OMS emite alerta após aumento de casos de coqueluche
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), um alerta aos países da região após seu relatório mais recente, divulgado no início de dezembro, registrar um aumento significativo nos casos de coqueluche.
Diagnósticos também crescem no Brasil
De acordo com o documento da instituição, em 2024, as notificações da doença no mundo chegaram a 977 mil. O número é quase seis vezes maior do que o registrado em 2023. Na região das Américas, o cenário também se mostrou preocupante, já que os casos aumentaram de 11.202 para 66.184 no último ano.
Além disso, em território nacional, dados da Fiocruz e da Unifase apontam um crescimento 13,5 vezes maior em relação a 2023, principalmente entre crianças menores de cinco anos. O relatório da OPAS revela ainda que, no Brasil, na Argentina e na Colômbia, os diagnósticos em bebês de até 12 meses representam entre 30% e 40% das ocorrências.
Para o gerente executivo do Programa Especial de Imunização Integral da OPAS, Daniel Salas, os levantamentos evidenciam uma queda nas taxas de vacinação. “A imunização oportuna e completa, junto com uma vigilância robusta, é a estratégia mais eficaz para prevenir a coqueluche. Essa doença pode causar quadros graves, complicações ou até mesmo a morte, especialmente em crianças menores de um ano não vacinadas”, enfatizou Salas.
O que é a coqueluche?
A enfermidade, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é classificada como uma infecção respiratória, que provoca inflamações na laringe, traqueia e brônquios. A transmissão ocorre por meio de gotículas eliminadas durante tosse, espirros ou até mesmo ao falar. Dessa forma, após a contaminação, surgem sintomas semelhantes aos da gripe, como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca.
A evolução do quadro, contudo, pode desencadear vômitos, dificuldade para respirar, convulsões e desidratação. Essas complicações, consideradas graves, tendem a ocorrer principalmente em casos sem tratamento adequado. Além disso, afetam especialmente bebês com menos de um ano e pessoas com condições clínicas preexistentes, como indivíduos imunocomprometidos e asmáticos.
A vacinação, segundo o Ministério da Saúde, é o principal meio para prevenir a coqueluche e evitar internações. No Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante está disponível para crianças de até seis anos e para gestantes, que devem receber a dose a partir da 20ª semana de gravidez, além de profissionais da área da saúde, como parteiras e aqueles que atuam no atendimento a recém-nascidos.
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