Caso Vitória: Maicol diz em áudio: 'Inventei uma história'
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Maicol Sales do Santos, único suspeito preso pelo assassinato de Vitória Regina, afirmou em um áudio que foi forçado a confessar o crime após ser coagido por autoridades policiais. Segundo ele, as ameaças recebidas durante o interrogatório fizeram com que inventasse uma versão dos fatos para proteger sua família de possíveis represálias. O áudio, divulgado pela CNN. foi gravado momentos antes de sua transferência de uma delegacia em Cajamar para uma prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo.
No áudio de aproximadamente dois minutos, Maicol descreve o que considera como uma pressão psicológica durante seu interrogatório. Ele afirma que foi chamado até a sala de autoridades, onde ouviu ameaças graves. “Eles disseram que iam me f*** de qualquer jeito. Falaram que iam colocar minha mãe, minha esposa, toda a minha família na cena do crime se eu não colaborasse”, contou Maicol. Com medo das consequências para os seus familiares, ele relatou que se sentiu obrigado a inventar uma história e assumir a culpa.
Além das ameaças, Maicol também descreveu condições indignas durante sua detenção. Ele revelou que foi colocado em um banheiro sujo e maltratado pelos policiais, situação que o levou a ceder ainda mais à pressão. “Eles me disseram que, como eu não estava cooperando, ficaria no banheiro. Fui deixado lá, em condições deploráveis”, disse ele, explicando que as humilhações continuaram até a hora do depoimento.
A maior parte da pressão, segundo Maicol, teria vindo do delegado responsável pelo caso. “Foi o delegado que me disse que iria me f*** de qualquer jeito. Ele falou que colocaria a culpa em mim e ainda envolveria minha mãe e minha esposa”, relatou, sem saber identificar o nome do delegado. A gravação sugere um cenário de manipulação e coerção, em que o suspeito sentiu que não havia outra opção a não ser se submeter às exigências dos policiais.
No final do áudio, Maicol se emociona e tenta justificar sua confissão. “Eu só quis livrar minha família. Eu inventei essa história para proteger quem eu amo”, afirma, visivelmente angustiado. A gravação gerou grande repercussão, levantando questionamentos sobre as práticas utilizadas pelas autoridades no processo de investigação. A defesa do suspeito agora busca reverter a confissão feita sob tais condições, argumentando que ela foi obtida de forma ilegítima. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi questionada sobre as alegações, mas ainda não houve retorno.
