Ataque na Crimeia: Rússia acusa EUA e revisa doutrina nuclear
ICARO Media Group TITAN
Na segunda-feira (24), o governo russo apontou o envolvimento dos Estados Unidos na ação militar na Crimeia, onde ao menos quatro pessoas perderam a vida, 2 delas crianças, e 151 ficaram feridas. O ataque, realizado na praia lotada de veranistas, é considerado por Moscou como um "ataque bárbaro" promovido por Kiev, utilizando armamentos americanos.
O ministério russo afirmou que o ataque foi coordenado com informações obtidas por satélites dos EUA e um drone de reconhecimento próximo à costa da Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que "o envolvimento dos EUA nos combates, resultando na morte de russos pacíficos, não pode ficar sem consequências"
Desde o início da Guerra Fria, não havia uma situação que provocasse um clima tão tenso entre as duas nações, responsáveis por cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo. A recente escalada nas tensões se deve aos avanços russos na Ucrânia, bem como à autorização ocidental para que as forças ucranianas ataquem o território russo com suas armas.
O ataque ocorreu na praia lotada de veranistas por volta do meio-dia, com o lançamento de ao menos oito mísseis de precisão ATACMS americanos (sigla inglesa para Sistema de Mísseis Táticos do Exército). O emprego dos ATACMS ocorreu durante uma ação maior envolvendo drones ucranianos. O governador de Sebastopol informou que a maior parte dos mísseis foi abatida, mas os destroços causaram vítimas entre as pessoas presentes na praia.
Por outro lado, Moscou intensificou seus ataques contra o sistema energético ucraniano, reduzindo sua capacidade de geração para menos da metade. Além disso, as forças russas continuam sua ofensiva em solo ucraniano, com lentos avanços no leste, sul e norte do país.
Na questão nuclear, o Kremlin confirmou a revisão da doutrina nuclear russa, o que facilitará o emprego de armamentos deste tipo. Essa medida foi justificada por Putin como necessária devido à introdução de novas armas táticas pelos americanos. Essas armas táticas possuem um poder destrutivo menor, destinadas ao uso em campo de batalha, enquanto as bombas estratégicas são mais potentes podendo destruir grandes áreas civis e industriais.
Embora a área de inteligência americana já tivesse fornecido coordenadas para Kiev, o Kremlin nunca havia apontado explicitamente a responsabilidade dos EUA por um ataque.
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