China proíbe compra de aviões da Boeing em retaliação a tarifas de Trump

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O governo chinês ordenou que as companhias aéreas do país interrompam a compra de aviões da fabricante americana Boeing, em mais um capítulo da retaliação à guerra tarifária promovida pelo ex-presidente Donald Trump. A medida foi divulgada pela Bloomberg nesta terça-feira (15), mas ainda não houve pronunciamento oficial sobre o assunto. A Boeing, cujas ações caíram cerca de 1,5% no pregão nos EUA, optou por não comentar a situação.
A China, um dos maiores mercados de aviação do mundo, tem previsão de aumento significativo em sua frota aérea nas próximas décadas. A Airbus tem sido a líder no país, com aproximadamente 55% do mercado, enquanto a Boeing contabiliza 1.400 entregas nos últimos 20 anos. Com o movimento chinês, a fabricante europeia Airbus e a empresa chinesa Comac podem se beneficiar, sendo que essa última começou a competir no mercado com seu avião C919 em 2023.
A Embraer, empresa brasileira do setor, também tem desempenhado um papel importante no cenário da aviação, com 73 jatos comerciais entregues e 373 pedidos em andamento. Além disso, sua forte presença no mercado executivo e em nichos de defesa tem contribuído para seus bons resultados, com um crescimento de 3% nas ações recentemente.
A decisão chinesa de suspender as compras de aviões da Boeing e de determinados equipamentos americanos representa um desafio para a Comac, visto que seu avião conta com peças dos EUA. Essa medida também impactará os custos de manutenção das aeronaves já existentes e poderá exigir substituições que afetarão os preços do mercado. A indústria aeroespacial, fortemente afetada pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reflete a complexidade e interdependência do comércio global.


