Desembargador do Mato Grosso é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de venda de sentenças
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A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (20) no estado do Mato Grosso para investigar um desembargador suspeito de envolvimento em um esquema de venda de sentenças. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao magistrado, cujo nome não foi divulgado, autorizados pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Esta é a segunda operação da PF no Judiciário do Mato Grosso em menos de dois meses relacionada à suspeita de venda de sentenças. Em novembro, dois desembargadores foram afastados após mandados de busca e apreensão, também autorizados por Zanin. Eles são acusados não só de venda de sentenças judiciais, mas também de vazamento de informações sigilosas.
A investigação teve início quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobriu que os desembargadores mantinham uma relação de proximidade com um advogado falecido e recebiam vantagens financeiras para decidirem a favor dos interesses do referido advogado. O grupo pedia propinas para beneficiar partes em processos judiciais, emitindo decisões favoráveis aos "clientes" implicados.
Os agentes da PF também apuram negociações relativas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais. Desde as últimas ações, os dois desembargadores já estão sendo monitorados com tornozeleira eletrônica e tiveram seus passaportes apreendidos, além de bloqueio de bens e valores. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso afirmou que está colaborando com as investigações e se dispôs a fornecer as informações necessárias para o desenrolar do caso.