Em represália por veto no Brics, Venezuela chama embaixador no Brasil de volta à Caracas

O governo de Nicolás Maduro tomou a decisão de chamar de volta o embaixador em Brasília para Caracas, aumentando a tensão diplomática entre Brasil e Venezuela. A medida foi uma resposta ao veto do Brasil à entrada da Venezuela no bloco Brics, além de manifestar um claro gesto de descontentamento com as recentes decisões brasileiras. A convocação do embaixador não implica, por enquanto, uma ruptura nas relações diplomáticas, sendo considerada apenas uma consulta.

O Brasil não reconhece a vitória de Maduro nas eleições de junho, o que acabou gerando atritos entre os dois países. O chanceler Mauro Vieira realizou conversas com representantes venezuelanos em diversas ocasiões, incluindo encontros em Nova York e na cúpula dos Brics realizada em Kazan, Rússia. Além do veto à entrada da Venezuela no Brics, as autoridades de Caracas também apontam o comportamento de Celso Amorim, assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, como motivo de desagrado.

Segundo o governo venezuelano, Amorim estaria agindo mais como intermediário dos interesses norte-americanos do que em benefício das relações entre os dois países sul-americanos. Ele foi designado para negociar uma reaproximação entre a oposição venezuelana e Maduro, além de buscar o fim das sanções impostas pelos Estados Unidos. Caracas manifestou desapontamento com a "ingerência recorrente e declarações grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro".

A decisão de chamar de volta o embaixador brasileiro é vista como um ato de repúdio por parte de Maduro, indicando um claro descontentamento com a posição do Brasil em relação ao governo venezuelano. A tensão entre os dois países continua a crescer, com a situação diplomática merecendo atenção e possíveis desdobramentos nos próximos dias.

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