G20: taxação de super-ricos e emergência climática entre pautas principais
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Ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países integrantes do G20 se reunirão a partir desta quarta-feira (24) no Rio de Janeiro para discutir temas relevantes como a proposta brasileira de taxação dos super-ricos e medidas para combater os impactos das mudanças climáticas. O encontro, que se estenderá até sexta-feira (26), será o terceiro da chamada trilha financeira do G20 desde que o Brasil assumiu a presidência do grupo.
A primeira reunião ocorreu em São Paulo em fevereiro, na qual o Brasil apresentou a proposta de taxação de super-ricos, pela primeira vez. Em abril, um segundo encontro foi realizado em Washington, durante a reunião anual de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI). Além da reunião principal do G20, haverá eventos paralelos que discutirão temas como um modelo possível de Estado que seja socialmente justo voltado para o desenvolvimento sustentável, bem como a estratégias de combate a fome e pobreza extrema.
Durante a reunião, o presidente Lula fará o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, pauta que é uma prioridade do Brasil na presidência do G20. O evento terá lugar na sede da organização Ação da Cidadania, instituição fundada em 1993, pelo sociólogo Betinho, atuante no combate à fome e na distribuição de alimentos.
Já Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, tem uma reunião bilateral com a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, nesta quarta-feira (24). Entre os temas a serem discutidos estão a situação da economia global, a resistência dos Estados Unidos à taxação dos super-ricos e a emergência climática causada pelo aquecimento global. É possível que Haddad e Yellen façam um pronunciamento conjunto ao final da reunião.
Posteriormente, Haddad participará de um painel de abertura organizado pelos Emirados Árabes Unidos, que discutirá ampliação de mecanismos para financiar o desenvolvimento sustentável. No dia seguinte, o ministro da Fazenda terá uma série de encontros bilaterais com representantes financeiros de outros países.
Na quinta-feira, Haddad se reunirá com a ministra das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani. Em seguida, presidirá a primeira sessão de trabalho da reunião do G20, que abordará o tema da situação econômica global e os desafios atuais para a economia. Posteriormente, Haddad se encontrará com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, para discutir o panorama econômico global, a situação econômica do Brasil e a proposta sobre a taxação de super-ricos.
Na sexta-feira, último dia da reunião, serão debatidos temas como o financiamento aos mecanismos de desenvolvimento sustentável e a enfrentamento às mudanças climáticas. Também será discutido o Mecanismo de Financiamento das Florestas Tropicais (TFFF) e a reforma dos bancos multilaterais e da dívida global. A reunião finalizará com uma entrevista coletiva com a presença dos ministros de Finanças do G20.
O Ministério da Fazenda informou que o encontro busca ouvir a posição dos demais ministros de Finanças sobre a taxação dos super-ricos. A partir destes debates, o Brasil tentará buscar uma concordância e construir um texto que venha a ser endossado por outros países até outubro. Até agora, países como França, Espanha, Colômbia, Bélgica e os pertencentes à União Africana manifestaram apoio à proposta brasileira. Já os Estados Unidos rejeitaram a proposta, alegando a existência de outros mecanismos para reduzir a desigualdade global.
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