Inflação brasileira desacelera para 4,46% em novembro, abaixo da meta

A inflação no Brasil apresentou uma desaceleração em novembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10.dez.2025), a taxa anualizada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,46%, abaixo dos 4,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa é a primeira vez desde setembro de 2024 que a inflação fica dentro do teto da meta estabelecida, que é de 4,5%.

Em relação à inflação mensal, o IPCA de novembro subiu 0,18%, o que representa uma aceleração em relação aos 0,09% registrados em outubro. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 3,92%. Os dados ficaram abaixo das projeções feitas pelos agentes financeiros, que esperavam uma taxa ligeiramente mais alta, de 0,2%.

A desaceleração da inflação foi impulsionada principalmente pelos serviços, em especial pelas passagens aéreas e pelo setor de turismo. Por outro lado, a Black Friday contribuiu para segurar o índice, principalmente nos setores de alimentos e bens industriais. O conselheiro da Ancord, Pablo Spyer, ressaltou que a alta do IPCA em novembro ficou ligeiramente abaixo do esperado, representando o menor nível para o mês desde 2018.

Com o resultado divulgado, a inflação no país ficou abaixo do teto da meta estabelecida, porém ainda há resistência nos núcleos inflacionários, o que mantém o Banco Central cauteloso. A expectativa da Ancord é que o início do ciclo de cortes de juros dependerá de uma desaceleração mais clara nos serviços e nos preços administrados. Caso essa tendência se consolide, os cortes podem começar gradualmente ao longo do primeiro trimestre de 2026. A decisão de iniciar os cortes em janeiro ou março dependerá do comunicado do Copom, que deve orientar as expectativas do mercado nessa direção.