Ilhas artificiais de Dubai custaram milhões, mas estão afundando
ICARO Media Group TITAN
No início dos anos 2000, a administração de Dubai decidiu investir em grandes projetos imobiliários como forma de diversificar sua economia e reduzir a dependência do petróleo. Assim surgiu o projeto The World ("O Mundo"), um arquipélago de 300 ilhas artificiais em Dubai, que recebeu um investimento inicial de 12 bilhões de libras, equivalente a cerca de R$ 68,5 bilhões na cotação atual.
O objetivo era atrair milionários de todo o mundo, oferecendo a oportunidade de possuir uma mansão em uma ilha particular em Dubai. Mais da metade dos terrenos chegaram a ser vendidos antes mesmo da conclusão das obras. No entanto, apesar de 60% do projeto ter sido vendido, a construção do The World está abandonada há anos e as ilhas estão afundando na costa.
A ideia do projeto era criar um conjunto de ilhas que formasse a silhueta do mapa mundi. As ilhas variavam de tamanho, de 1,4 a 4,2 hectares. Sua construção cobriu uma área aproximada de 54 quilômetros quadrados e exigiu a utilização de 321 milhões de m³ de areia e 386 milhões de toneladas de pedra.
Apenas 4 das 300 ilhas tiveram desenvolvimento, sendo uma delas entregue ao jogador de futebol Cristiano Ronaldo como parte do projeto piloto. O isolamento do arquipélago em relação ao continente foi um dos fatores que tornou o projeto inviável. Diferente do Palm Islands, dois arquipélagos em formato de palmeira construídos anteriormente, as ilhas do The World não possuem uma ponte que as conecta ao continente, o que afetou a mobilidade e terminou por tonar o investimento um "elefante branco".
Palm Islands The World - Reprodução: Google
Além disso, o abandono do projeto está acelerando o afundamento das ilhas pelo surgimento de sintomas de erosão nos canais que cercam as ilhas e na própria silhueta delas. O Greenpeace informou que as ilhas artificiais de Dubai estão afundando a uma taxa de 5 mm por ano.
Apesar dos bilhões de investimentos perdidos no The World, a empresa Nakheel Properties, responsável pelo projeto, afirmou em diversas ocasiões que o projeto ainda está em andamento e que estão buscando recursos para continuar.
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